20 de set. de 2011

O ‘evangelho’ da Falsa esperança – M. Lloyd-Jones (1899-1981)




As promessas do evangelho não se verificaram? O Seu Cristianismo fracassou? Sua esperança, e a esperança do seu evangelho, seria melhor nalguma coisa do que a esperança dos políticos, dos filósofos e dos poetas?


Ah, sim, mas você precisa saber com toda a clareza o que ele é. As pessoas em geral não entendem a mensagem do cristianismo. Elas pensam que o cristianismo ensina reforma do mundo e que nos concita a fazer do mundo um lugar melhor, a fazer aprovar leis do parlamento, a promover o bem social e político, transformar gradativamente a sociedade até que o mundo inteiro seja mudado. Mas nunca foi essa a mensagem do evangelho.


Como eu já lhes disse, a mensagem do evangelho é que este mundo é a Cidade da Destruição. O nosso Senhor disse pessoalmente que haveria “guerras e rumores de guerras” (Mt 24.6) até o fim dos tempos. Ele não promete uma reforma e melhoramento gradual e crescente. Muito ao contrário. Não, não; não é essa a mensagem do evangelho. O  evangelho nunca prometeu trazer a nova Jerusalém pra a “verde e aprazível terra” da Inglaterra. Você pode requerer as suas espadas, pode requerer as suas lanças, pode falar sobre  a sua luta mental, e vai morrer como um completo fracasso.


Que nos é prometido então? O Capítulo 11 de Hebreus nos responde: é a promessa que manteve Abraão em movimento. Ele “esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus” (Hb 11.10). Abraão estava em busca de uma cidade não produzida por idéias humanas, não baseado na inteligência e na cultura humanas, na ciência e no conhecimentos humanos. Não, não: “da qual o artífice e construtor é Deus”. Deus é o arquiteto, Deus é o construtor. Não é algo produzido pela atividade humana; ao contrário, é o grande plano e obra de Deus. Ele está trabalhando, Ele está chamando, ele está em movimento, ele está executando o Seu plano. Esta é a mensagem.


O evangelho não traz uma mensagem de reforma mundial. Qual é então, a sua mensagem? É aquela grande mensagem sobre a qual lemos no livro do Apocalipse, uma mensagem que fala da cidade celestial, “a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu” (Ap 21.2). É uma mensagem de  “novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (2Pe 3.13). Essa é a mensagem, e é a única esperança para o mundo. Notem as suas maravilhosas características: “E vi um novo céu, e uma nova terra” (Ap 21.1).


Não há esperança para os atuais céu e terra, mas ainda há esperança: “Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Ap 21.1,2). Não eu e vocês construindo-a por nossos esforços, por nosso ‘combate mental”. Oh, o absurdo com o qual os homens, poetas e políticos, nos têm enganado através dos séculos! Não, não; a nova Jerusalém desce do céu, de Deus. Ele a fez; ela é perfeita.

Fonte: [Josemar Bessa]

19 de set. de 2011

Eleição e Incapacidade Moral – R. C. Sproul



(Jesus disse) Contudo, há descrentes entre vós. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair. E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido. À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele. Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna (João 6.64-68).


Jesus diz que ninguém pode vir a ele sem uma concessão do Pai. João relaciona isso com o comentário de Jesus, que sabia desde o princípio quais eram aqueles que não criam e o trairiam. Outra vez a reação ao ensino de Jesus é impressionante: muitos de seus discípulos o abandonaram. Por que ficaram ofendidos pelas palavras de Jesus? Se é dado às palavras um aspecto arminiano, não vemos razão para a ofensa. Se entenderam que as palavras de Jesus estavam ensinando incapacidade moral e uma dependência completa da graça de Deus, não havia por que ficarem ofendidos. A doutrina de incapacidade moral tem ofendido a muitos, e muitos têm rejeitado a teologia reformada precisamente por isso.


Também interessante é a reação de Pedro às palavras de Jesus. Jesus perguntou a Pedro: "Você também quer ir embora?"

"Senhor, para quem iremos?" Pedro responde: "O Senhor tem as palavras de vida eterna".

Essa resposta sugere que Pedro estava menos do que apaixonado pelo ensino de Jesus. Ele pode ter estado dizendo: "Eu não gosto desta doutrina mais do que aqueles que saíram andando, mas aonde mais podemos ir? O Senhor é o professor que nós seguimos e em quem confiamos. O Senhor tem as palavras de vida eterna, por isso vamos ficar com o Senhor, mesmo se ensina algumas coisas difíceis".

Antes, no Evangelho de João, Jesus diz algumas coisas semelhantes com respeito à incapacidade moral: "Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer (atrair), e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6.43,44). Apalavra-chave nesta afirmação é atrair. O que se quer dizer com esse atrair? Muitas vezes já ouvi isso explicado que, para uma pessoa vir a Cristo, Deus, o Espírito Santo, precisa primeiro atraída para depois se achegar. Temos a capacidade, porém, de resistir a esse atrair e recusar o convite. Embora essa atração seja uma condição necessária para se chegar a Cristo, não é uma condição suficiente. É necessária, mas não força, não obriga. Nós não podemos ir a Cristo sem sermos atraídos, mas o atrair não garante que nos chegaremos a Cristo.

Estou persuadido de que essa explicação é incorreta. Faz violência ao texto da Escritura, especialmente ao sentido bíblico da palavra atrair. A palavra grega usada é elkõ. O Theological Dictionary ofthe New Testament, de Gerhard Kittel, define elkõ como significando "constranger, forçar por irresistível superioridade". Linguística e lexicograficamente a palavra significa simplesmente "compelir, atrair".

"Compelir" é muito mais forte do que "atrair". Para ver a força desse verbo, examinemos duas outras passagens no Novo Testamento em que se usa elkõ. A primeira passagem está em Tiago 2.6: "Entretanto, vós outros menosprezastes o pobre. Não são os ricos que vos oprimem e não são eles que vos arrastam para tribunais?" Se substituirmos a palavra atrair aqui, o texto seria: "Não são os ricos que vos oprimem e não são eles que vos atraem para tribunais?"


A segunda passagem é Atos 16.19: "Vendo os seus senhores que se lhes desfizera a esperança do lucro, agarrando em Paulo e Silas, os arrastaram para a praça, à presença das autoridades". Seria enganoso dizer que Paulo e Silas foram "atraídos" às autoridades. Uma vez agarrados forçadamente, eles não poderiam ser atraídos. O texto claramente indica que eles foram forçados a comparecer diante das autoridades.

Uma vez fui convidado a participar de um debate formal no assunto de uma eleição num seminário arminianismo. Meu oponente era o chefe do departamento de Novo Testamento. Num ponto crucial do debate, focamos nossa atenção no Pai "atrair" pessoas a Cristo. Meu adversário apelou a João 6.44 para argumentar o seu ponto que Deus "atrai" homens a Cristo mas nunca os força a vir. Ele insistia que a influência divina sobre o homem caído se restringe à atração, que ele interpretou como significando "cortejar".


A essa altura eu o referi a Kittel e às outras passagens no Novo Testamento que traduzem a palavra elkõ com a palavra arrastar. O professor estava pronto para mim. Citou um exemplo em drama grego em que a mesma palavra é usada para descrever a ação de tirar água de um poço. Ele olhou para mim e disse: "Bem, professor Sproul, a gente arrasta água de um poço?" Instantaneamente o auditório caiu na risada com esse uso da palavra grega.

Quando os risos passaram, eu respondi: "Não, senhor, tenho de admitir que não arrastamos água de um poço. Mas como tiramos água de um poço? Será que a atraímos: ficamos em pé no alto do poço e chamamos: "aqui, vem água, água, água?"

E tão necessário Deus nos atrair, ou nos virar para Cristo, como é puxar para cima o balde para beber água do poço. A água simplesmente não virá por conta própria, não importa quanto roguemos.

A questão de atrair ou puxar precisa de mais exame. Quando o arminiano fala no atrair do Espírito, será que ele crê que a ação do Espírito é externa à pessoa ou interna? É a atração simplesmente o puxar para fora ou a força da pregação da Palavra? Ou então o Espírito Santo de alguma maneira penetra até a alma e então faz sua obra de atrair? E uma tentativa de persuasão interior? Caso seja, a ação do Espírito ainda é externa à alma porque não faz nada que seja realmente para compelir a alma.

Outras perguntas difíceis são enfrentadas por arminianos a essa altura. Duas questões importantes são as seguintes: Ia.) Deus atrai todos os homens igualmente? 2a.) Por que algumas pessoas respondem favoravelmente à força de atração do Espírito Santo?

Quanto à primeira pergunta, se Deus não atrai todas as pessoas igualmente, então todas as objeções à visão reformada de eleição incondicional precisam ser levantadas aqui também. Deus não atrai todos os homens igualmente porque alguns têm maior poder de responder do que outros? O arminiano pode responder que Deus atrai só aqueles que ele sabe que responderão favoravelmente. Sendo assim, então Deus nem tenta ganhar aqueles que nunca chegam à fé. Poucos, se é que alguns,  arminianos estão dispostos a dizer isso.

A segunda pergunta é esta: por que alguns respondem favoravelmente ao Espírito Santo em vez de recusar o seu atrair? Se dizemos que a resposta está na intensidade do procurar atrair (a saber, que o Espírito seduz alguns mais fortemente do que outros), então estamos de volta ao problema da seleção soberana. Se dissermos em vez disso que alguns respondem favoravelmente à sedução por causa de algo encontrado neles, então enraizámos nossa salvação, em última análise, numa obra humana. Será que a pessoa responde positivamente à sedução em razão de maior inteligência ou maior virtude? Sendo assim, então temos algo sobre o qual nos gabar.

Quando eu coloco essa pergunta a meus amigos arminianos, eles prontamente vêem o dilema e buscam evitá-lo, dizendo: "Claro que não é uma questão de inteligência ou de qualquer virtude superior inerente naqueles que respondem positivamente. Eles respondem assim porque vêem mais claramente sua necessidade de Cristo". Com essa resposta eles cavam e se afundam mais no buraco. A resposta só adia o problema um passo.

Por que algumas pessoas vêem sua necessidade de Cristo mais claramente do que outras? Será que receberam maior iluminação do Espírito Santo? São mais inteligentes? Têm menos preconceitos contra Cristo e estão mais abertas a seu chamado, o que é em si uma virtude? Não importa como se protela, mais cedo ou mais tarde temos de enfrentar a questão de maior ou menor virtude inerente.

Seguindo a liderança de Paulo em Efésios, a teologia reformada ensina que a própria fé é um dom ofertado aos eleitos. Deus mesmo cria a fé no coração do crente. Deus mesmo preenche a condição necessária para salvação, e ele faz isso sem impor condição. Novamente olhamos as palavras de Paulo: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Ef 2.8-10).

Muito debate tem decorrido com respeito ao sentido da primeira sentença. Qual é o antecedente ao qual a palavra isto se refere: graça, salvos ou fé? As regras de sintaxe e gramática grega pedem que o antecedente de isto seja a palavra fé. Paulo está declarando o que toda pessoa reformada afirma, que fé é um dom de Deus. Fé não é algo que fazemos aparecer por esforço próprio, ou o resultado do querer da carne. Fé é um resultado da obra soberana do Espírito da regeneração. Não é acidente que essa declaração concluía uma passagem que começa com a declaração de Paulo de que temos sido renovados "no espírito do nosso entendimento" enquanto estávamos num estado de morte espiritual.

16 de set. de 2011

Você está Crescendo em Cristo? - J. C. Ryle (1816-1900)



a. Um dos sinais do "crescimento na graça" é a humildade crescente. O homem cuja alma está "crescendo" sente mais a própria indignidade e pecaminosidade, a cada ano que passa. Ele se dispõe a dizer, juntamente com Jó: "Sou indigno..!', ou com Abraão: "...sou pó e cinza", ou com Jacó: "...sou indigno de todas as misericórdias e de toda a fidelidade, que tens usado para com teu servo", ou com Davi: "Mas eu sou verme, e não homem..!', ou com Isaías: "...sou homem de lábios impuros..!', ou com Pedro: "Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador" (Jó 40:4; Gn. 18:27; 32:10; SI. 22:6; Is. 6:5; Lc 5:8).


Quanto mais um crente aproxima-se de Deus, tanto mais ele percebe a santidade e as perfeições de Deus, tanto mais tornar-se-á sensível para com a sua própria indignidade e imperfeições. Quanto mais ele avança na sua jornada para o céu, tanto mais compreende o que Paulo quis dizer, quando afirmou: "Não que eu... tenha já obtido a perfeição" "...eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo..!' "A mim, o menor de todos os santos..!' "...Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores dos quais  eu sou o principal" (Fp. 3:12; I Co. 15:9; Ef. 3:8; I Tm. 1:15).


Quanto mais maduro para a glória estiver um crente, à semelhança do milho maduro, tanto mais inclinará a cabeça para o chão. Quanto mais brilhante e clara for a sua luz, tanto mais perceberá suas falhas e fraquezas, aninhadas em seu próprio coração. Quando ele, a princípio, converteu-se, diria que percebia bem pouco dessas falhas e fraquezas, em confronto com o que percebe agora. Quer alguém saber se está crescendo na graça? Verifique, em seu próprio interior, se a sua humildade está aumentando.


b.      Um outro sinal do "crescimento na graça" é a fé e o amor crescentes ao Senhor Jesus Cristo. O homem que está "crescendo", a cada ano que passa encontra mais razões para descansar em Cristo, regozijando-se cada vez mais no fato que tem um tão grande Salvador. Não há dúvida que o crente, ao converter-se, pôde ver muita coisa em Cristo. A sua fé agarrou-se na expiação que há em Cristo, e isso lhe infundiu esperança.

Porém, à medida em que ele vai crescendo na graça, também vai percebendo milhares de aspectos, na pessoa de Cristo, que a princípio nem ao menos sonhava. Seu amor e Seu poder, Seu coração e Suas intenções, Seus ofícios como nosso Substituto, Intercessor, Sacerdote, Advogado, Médico, Pastor e Amigo vão-se desdobrando diante da alma que cresce, de uma maneira indescritível. Em suma, tal crente descobre em Cristo tudo aquilo que a sua alma necessita, embora, no começo de sua vida cristã não conhecesse nem a metade de tudo isso. Quer alguém saber se está crescendo na graça? Examine o seu interior para verificar se o seu conhecimento de Cristo está aumentando.


c.       Uma outra marca de crescimento na graça é uma amadurecida santidade de vida e conversação. O homem cuja alma está em crescimento adquire um maior domínio sobre o pecado, o mundo e o diabo.


Torna-se mais cuidadoso com o seu temperamento, palavras e ações. É sempre mais vigilante sobre a própria conduta, em cada aspecto da vida. Esse homem é o que mais se esforça por estar conformado à imagem de Cristo em todas as coisas; e segue-O tanto como seu exemplo pessoal quanto confia nEle como seu Salvador. Não se satisfaz com antigas conquistas e a graça já antes dispensada. Esquece as coisas que para trás ficaram e marcha para as que estão à frente, fazendo de "Alto!", "Superior!", "Avançado!" e "Progressivo!" o seu contínuo alvo (Fp. 3:13).

Na terra ele anseia e almeja ter uma vontade mais inteiramente uníssona com a vontade de Deus. O seu principal objetivo no céu, além de estar na presença de Cristo, é a completa separação de todo o pecado. É  possível alguém saber se está crescendo na graça? Prossiga em sua busca por santidade.


d. Ainda outro sinal de "crescimento na graça" é a crescente espiritualidade nos gostos e na mente. O homem cuja alma está "crescendo" interessa-se mais profundamente pelas realidades espirituais a cada ano que passa. Não negligencia os seus deveres para com o mundo. Cumpre fiel, diligente e conscienciosamente cada relação da vida, em seu próprio lar ou com as pessoas de fora. Porém, o que ele mais aprecia são as realidades espirituais. Caminhos, modas, diversões e recreações do mundo ocupam um lugar cada vez menor em seu coração.


Ele não chega a condenar essas coisas como diretamente pecaminosas, e nem afirma que aqueles que se ocupam delas estão indo para o inferno. Tão-somente sente que elas exercem uma atração cada vez mais fraca sobre os seus afetos, e, gradualmente, elas parecem menores e mais frívolas aos seus olhos. Companheiros espirituais, ocupações espirituais, diálogos de natureza espiritual são as coisas que parecem ir adquirindo um valor sempre crescente para ele. Deseja alguém saber se está crescendo na graça? Examine o seu próprio coração para averiguar se os seus gostos estão se espiritualizando de maneira crescente.

Fonte: [Josemar Bessa]

9 de set. de 2011

Indignos, venham!! - C. H. Spurgeon


Sou indigno. Jó 40.4

Pecador perdido, tenho uma palavra de encorajamento para você! Pensa que não pode vir a Deus porque é indigno. Não existe nenhum santo vivendo na terra que não tenha sentido a sua indignidade. Se Jó, Isaías e Paulo foram constrangidos a dizer: "Sou indigno", quem se envergonhará de se unir nesta mesma confissão? Se a graça divina não erradicou do crente todo o pecado, como você espera fazer isso por si mesmo? Se Deus ama o seu próprio povo, embora este seja indigno, você acha que sua indignidade O impedirá de amá-lo?

Creia em Jesus, você, banido da sociedade do mundo! Ele o chama assim como você está. Agora mesmo, diga: "Senhor Jesus, Tu morreste em favor de pecadores. Eu sou um pecador. Asperge sobre mim o teu sangue". Se você confessar o seu pecado, achará perdão. Se você disser, de todo o coração: "Eu sou indigno, purifica-me", você será purificado agora mesmo. Se o Espírito Santo lhe capacitar a clamar do fundo de seu coração:

Assim como sou, sem uma justificativa
Exceto a de ter sido teu sangue derramado por mim,
E a de teres me chamado a Ti,
Ó Cordeiro de Deus, eu vou!

Você pode levantar-se, após a leitura de sua porção matutina, com todos os seus pecados perdoados. Embora você tenha acordado, nesta manhã, culpado de todos os pecados atribuídos aos homens, você dormirá hoje à noite aceito no Amado.

Havendo sido degradado com as vestes do pecado, será vestido com uma túnica de justiça e parecerá tão puro como os anjos. "Eis, agora, o dia da salvação" (2 Coríntios 6.2). Se você crê nAquele que justifica o ímpio, você será salvo. Que o Espírito Santo lhe dê a fé salvadora nAquele que recebe até o mais indigno.

Fonte: [C. H. Spurgeon]

6 de set. de 2011

A verdadeira marca que carregamos




Por Adeildo N. Filho 
Ontem mesmo estava pensando qual será a minha próxima vitória, qual o próximo milagre que preciso para minha vida, qual a próxima benção para que o maravilhoso mar de rosas prometido por Jesus aos seus seguidores chegue a minha existência terrena.
O mundo está mudando a olhos vistos e nada mais justo que mudemos com ele. Nada mais sensato e atual que ajustar nossas velas e navegarmos no belo e esperançoso oceano da prosperidade, da riqueza, do novo Brasil e do novo mundo. Nunca foi tão fácil pregar. Não somos mais perseguidos ou chamados de conspiradores da ordem Romana. Agora somos cults e descolados. Vivemos vidas abastadas e cheias de testemunhos de casas novas e carros zero quilômetro.
Nossos encontros não são mais feitos em catacumbas ou escondidos da polícia ou do exército. Multidões se reúnem em locais públicos a espera do reconhecimento televisivo no jornal da noite ou no programa semanal de domingo. Nossos eventos, cercados de pompa e circunstância, atraem as autoridades e os formadores de opinião da nossa rica sociedade. Estar perto de nós significa reverência e respeito ao espiritual.
O “povinho” de ontem são os abençoados de hoje e aqueles que vão ganhar a nação no futuro. Como dizem alguns logo, logo elegeremos o próximo presidente e então seremos imbatíveis. Nem um estado laico poderá nos segurar. Converteremos todos e todos serão abençoados, receberão seus milagres e bênçãos e então seremos todos felizes e prósperos.
Ser crente nunca foi tão fácil. Se você conversar com sua mãe, pai, avô ou avó verá que as coisas mudaram. E não se trata de uma mudança pontual, são séculos de mudanças e transformações. Assim como a sociedade mudou os crentes também mudaram e vão seguir mudando.
Mas se a cada dia que passa está mais fácil ser crente o inverso se mostra verdadeiro quando falamos em ser Cristão. Se no passado os valores, a moral, os costumes e os hábitos cristãos eram muito bem aceitos pela sociedade o presente se mostra totalmente diferente.
O filho de Deus aos poucos vai se transformando no maior pensador, executivo, educador, líder, psicólogo, alma iluminada, espírito de luz, guia, guru, etc. Manipulam suas verdades e ensinamentos mais simples e básicos em arcabouços supostamente teológicos para que as boas novas sejam boas e novas para todos os públicos. Para que atendam a todos os gostos, opiniões, grupos, raças, tribos, ambições e desejos.
Para que carregar uma cruz se posso pagar para que alguém faça isso por mim. Para que dar a outra face se a segurança e conforto da minha vida me mantem longe dos baderneiros e briguentos. Para que dar emprestado sem esperar ter o montante de volta se os bancos e financeiras fazem isso sem que ninguém precise sair de casa. Para que comunhão com outras pessoas se posso assistir ao culto no conforto de minha poltrona pela internet ou pela TV. Para que ser pobre se posso ser o mais rico e próspero de todos os homens. Mais fácil e justo é pensar e orar a respeito da minha próxima benção.
Se bem aventurado é o sinônimo bíblico para felicidade concluo que vivo num mundo cheio de crentes infelizes. O progresso e o consumismo diminuirão o número de pobres, quebrantados, mansos, famintos, misericordiosos, limpos de coração, pacificadores e perseguidos. O futuro não será um local bom para verdadeiros cristãos. Seremos infelizes sob a ótica social e imorais segundo os padrões e valores da pós-modernidade. Talvez seja essa a marca tão aguardada pelo reino do anticristo, talvez seja essa a marca que nos tornará diferentes.
No futuro a história do Deus que deixou o esplendor de sua glória, seu reino de majestade e poder, suas legiões de anjos adoradores e sua natureza atemporal para se fazer menino, pobre, passar fome, sede, frio, ser traído, preso, torturado e assassinado não será uma história digna de ser contada as crianças porque será a antítese do sucesso e da prosperidade. Afinal de contas quem em sã consciência optaria por uma história dessas? A humanidade caminha em outra direção.
No futuro não será necessário nenhuma tatuagem, código de barras ou chip para identificar um de nós. O sangue da vítima que planejou seu próprio assassinato brilhará nos pobres, quebrantados, mansos, famintos, misericordiosos, limpos de coração, pacificadores e – se Deus quiser – “perseguidos”.

5 de set. de 2011

Paul Washer – Um Evangelho Escandaloso



“Não me envergonho do Evangelho de Cristo,
pois é o poder de Deus para 
salvação de todo
aquele que crê; primeiro do judeu, e também
do grego.” Romanos 1:16
Paulo, na carne, tinha razões para se envergonhar do Evangelho que pregava, porque contradizia tudo o que se cria ser verdadeiro e sagrado entre os seus contemporâneos. Para os judeus, o Evangelho era a pior blasfêmia porque reivindicava que o Nazareno que morreu amaldiçoado no Calvário era o Messias. Para os gregos, era o pior absurdo porque reivindicava que este Messias Judeu era Deus feito carne. Assim, Paulo sabia que quando abrisse a boca para falar o Evangelho, seria completamente rejeitado e ridicularizado, desprezado, a menos que o Espírito Santo interviesse e se movesse nos corações e mentes dos seus ouvintes. Nos nossos dias, o Evangelho primitivo não é menos ultrajante, pois ainda contradiz os princípios, ou os “-ismos”, da cultura contemporânea: o relativismo, o pluralismo e o humanismo.
NÃO É TUDO RELATIVO
Vivemos na era do Relativismo – um sistema de crenças baseado na absoluta certeza de que não há absolutos. Hipocritamente aplaudimos homens que buscam a verdade, mas executamos em praça pública qualquer um que seja arrogante o suficiente para acreditar que a encontrou. Vivemos numa era de trevas auto-impostas, e a razão disso acontecer é clara. O homem natural é uma criatura decaída, é moralmente corrupto, obstinado na sua autonomia (i.e.,no seu auto-governo). Odeia a Deus porque Ele é Justo, e odeia as Suas leis porque censuram e restringem a sua maldade. Ele odeia a verdade porque revela o que ele realmente é. Ele quase acaba com o que ainda permanece na sua consciência. Portanto, o homem decaído busca empurrar a verdade – especialmente a verdade sobre Deus – para o mais longe possível. Ele vai até onde for preciso para suprimir a verdade, mesmo a ponto de fingir que tal coisa não existe ou que, se existe, não pode ser conhecida nem ter alguma coisa a ver com as nossas vidas. Não é Deus que se esconde, é o homem. O problema não é o intelecto, é a vontade. Como um homem que esconde a sua cabeça na areia para evitar o ataque de um rinoceronte, o homem moderno nega a verdade de um Deus justo e os Seus absolutos morais, na esperança de silenciar a sua consciência e de esquecer o julgamento que ele sabe ser inevitável. O Evangelho cristão é um escândalo para o homem e para a sua cultura, porque faz a única coisa que ele mais quer evitar – desperta-o do seu auto-imposto “sono” para a realidade da sua situação decaída, da sua rebelião; chama-o à rejeição da sua autonomia e à submissão a Deus, através do arrependimento e fé em Jesus Cristo.
NÃO ESTÃO TODOS CORRETOS
Vivemos numa era de Pluralismo – um sistema de crenças que põe fim à verdade, declaran do que tudo é verdade, especialmente no que diz respeito à religião. Pode ser difícil para o cristão contemporâneo entender, mas os cristãos que viveram nos primeiros séculos da fé foram marcados e perseguidos como se fossem ateus. A cultura que os envolvia estava imersa em teísmo. O mundo estava cheio de imagens de deuses, a religião era um negócio crescente. Os homens não só toleravam os deuses uns dos outros, como também os trocavam e partilhavam. O mundo religioso ia muito bem até chegarem os cristãos e declararem que “deuses feitos com as mãos não são deuses.” Eles negaram aos Césares as honras que eles exigiam, recusaram dobrar os joelhos aos outros ditos “deuses”, e confessaram Jesus apenas como Senhor de tudo. O mundo inteiro assistiu boquiaberto a tal arrogância e reagiu com fúria contra a intolerável intolerância dos cristãos à tolerância.
Este mesmo cenário abunda no nosso mundo hoje em dia. Contra toda a lógica, dizem-nos que todas as posições em relação à religião e moralidade são verdadeiras, não importa quão radicalmente diferente se contraditórias possam ser. O aspecto mais espantoso de tudo isto é que, através dos incansáveis esforços da mídia e do mundo acadêmico, isto rapidamente se tornou a opinião da maioria. Contudo, o pluralismo não lida com o problema nem cura a maleita. Apenas anestesia o paciente para que já não sinta nem pense mais. O Evangelho é um escândalo porque despertao homem do seu sono e recusa-se a deixá-lo descansar numa base tão ilógica. Força-o a chegar a alguma conclusão – “Até quando vão coxear entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, sigam-no; mas se é Baal, sigam-no.”
O verdadeiro Evangelho é radicalmente exclusivo. Jesus não é “um” caminho, mas “o” caminho.3 E todos os outros caminhos não são o caminho. Se o cristianismo desse mais um pequeno passo que fosse no sentido de um ecumenicalismo mais tolerante, e trocasse o artigo definido “o” pelo artigo indefinido “um”, o escândalo desapareceria; o mundo e o cristianismo podiam ser amigos. Contudo, quando isto acontecer, o cristianismo deixou de ser cristianismo. Cristo é negado e o mundo fica sem Salvador.
O HOMEM NÃO É A MEDIDA
Vivemos numa era de Humanismo. Nas últimas décadas, o homem tem lutado para expurgar Deus da sua consciência e da sua cultura. Derrubou todos os altares visíveis ao “Único Deus Vivo” e ergueu monumentos para si mesmo, com o zelo de um religioso fanático.Fez de si próprio o centro, a medida e o fim de todas as coisas. Louva o seu mérito inato, exige honra à sua auto-estima e promove a sua auto-satisfação e auto-realização como o maior bem. Justifica a sua consciência culpada com os resquícios de uma antiquada religião de culpa. Procura livrar-se de qualquer responsabilidade pelo caos moral que o envolve, culpando a sociedade, ou pelo menos a parte da sociedade que ainda não atingiu o seu nível de entendimento. A mínima sugestão de que a sua consciência pudesse estar certa no seu testemunho contra ele, ou que ele pudesse ser responsável pelas quase infinitas doenças que há no mundo, é impensável. Por este motivo, o Evangelho é um escândalo para o homem decaído, pois expõe a sua ilusão acerca de si mesmo e convence-o da sua situação decaída e da sua culpa. Esta é, essencialmente, a “primeira ação” do Evangelho; é por isso que o mundo detesta tanto a pregação do verdadeiro Evangelho. Arruína a sua festa – estraga prazeres – destrói a sua fantasia e expõe que “o rei vai nu”.
As Escrituras reconhecem que o Evangelho de Jesus Cristo é uma “pedra de tropeço”4 e “loucura” para os homens, em todas as gerações e culturas. Contudo, tentar remover o escândalo da mensagem é invalidar a cruz de Cristo e o seu poder salvador. Temos que entender que o Evangelho não apenas é escandaloso, mas que é suposto que o seja!Através da loucura do Evangelho, Deus destruiu a sabedoria dos sábios, frustrou a inteligência das grandes mentes e abateu o orgulho de todos os homens, para que no fim nenhuma carne se possa gloriar na Sua presença, mas como está escrito: “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.”
O Evangelho de Paulo não só contradizia a religião, a filosofia e a cultura dos seus dias, mas declarava-lhes guerra. Recusava tréguas ou tratados com o mundo e satisfazia-se com nada menos do que absoluta rendição da cultura ao senhorio de Jesus Cristo. Fazemos bem em seguir o exemplo de Paulo. Temos que ser cuidadosos para evitar qualquer tentação de conformarmos o nosso Evangelho às modas de hoje ou aos desejos de homens carnais. Não temos o direito de deturpar, de suavizar a sua ofensa nem de civilizar as suas exigências radicais, para o tornarmos mais atraente a um mundo caído ou a carnais membros de igrejas. As nossas igrejas estão cheias de estratégias para serem mais “agradáveis”, pondo o Evangelho noutra embalagem, removendo a pedra de tropeço e amaciando o gume da espada, para ser mais aceitável aos homens carnais. Devemos ser sensível ao que busca, mas devemos perceber que: há só Um que busca e este é Deus. Se nos esforçamos para fazer nossas igrejas e mensagens confortáveis, façamos confortáveis para Ele. Se queremos erguer uma igreja ou ministério, vamos fazê-lo com uma paixão por glorificar a Deus e com um desejo de não ofender a Sua glória. Não importa o que o mundo vai pensar de nós! Não buscamos honras na terra, mas a honra do céu deve ser o nosso desejo.
Por Paul Washer | HeartCry Magazine Nov-Dez 2008, nº59, “AscandalousGospel”, usado com permissão.
Fonte: [ Voltemos ao Evangelho ] Via: [Bereianos]

1 de set. de 2011

O Fruto do Orgulho Espiritual – John MacArthur




Não é nenhuma surpresa que Lucas 4.28 registre que os judeus presentes na sinagoga, "ouvindo estas coisas, se encheram de ira". Nada é pior do que orgulho espiritual, pois é uma barreira que as pessoas egoisticamente erguem e que os separa de sua própria salvação. O Senhor afirmou: "Eu vim para salvar e esta é a verdade. Mas apenas posso salvar os pobres, os prisioneiros, os cegos e os oprimidos. Não importa que seja uma viúva gentia ou um leproso sírio. Importa apenas que a pessoa perceba sua bancarrota e sua indigência e que venha a mim como aquele odiado coletor de impostos que batia em seu peito cheio de culpa e implorava: 'O Deus, sê propício a mim, pecador!' (Lc 18.13), ou o homem que disse: 'Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!' (Mc 9.24). Essa pessoa pode não saber tudo o que existe para saber, e sua fé pode não ser plena, mas se ela apenas for em sua desesperança e disser: 'Eu não tenho escolha. Eu sei quem sou e sei o que o senhor pode fazer por mim', então ela saberá que eu sou o Messias".

Não podemos conhecer a Jesus como Messias até que nos submetamos a ele. Eu não pude conhecê-lo como meu Salvador enquanto não entreguei minha vida a ele. Então eu soube. Desfilar um número infinito de milagres na minha frente não teria provado nada. Os milagres não vêm ao caso. Nunca saberemos se Jesus pode salvar nossa alma do inferno, dar-nos vida nova, recriar nossa alma, colocar ali o seu Espírito Santo, perdoar nossos pecados e levar-nos para o céu até que tenhamos entregado nossa vida inteiramente a ele. Isso é auto-renúncia, tomar a cruz e segui-lo obedientemente.

Todos os ouvintes de Jesus podiam concluir qual era o ponto vital dessa história: eles valiam menos que os gentios. Estavam furiosos com Jesus porque ele insistira em que, a não ser que eles se considerassem em nada melhor do que um terrorista sírio e leproso, em nada melhor que uma viúva gentia pagã, em nada melhor que os proscritos, eles não receberiam salvação. E isso era absolutamente intolerável para aqueles assíduos frequentadores da sinagoga du¬rante a vida inteira — judeus sérios e devotos. Era impensável porque estavam absolutamente comprometidos com sua autojustificação, fruto da crença de que poderiam obter sua salvação pelos seus próprios méritos e religião. Como poderiam eles ser humildes quando conseguiam sua entrada no céu pelo fato de serem judeus, leais à moralidade tradicional e à lei religiosa?

Assim, como está escrito em Lucas 4.29, eles "se levantaram". De repente o tumulto explodiu na sinagoga lotada. Agarraram Jesus com a violência e o ódio cego de uma turba de linchadores e saíram da cidade vociferando até a beirada de um precipício. Estavam prontos para lançar Jesus lá de cima e vê-lo arrebentar-se contra as pedras lá embaixo. Deuteronômio 13 dava aos judeus a licença para matar um falso profeta. Estavam tão entrincheirados em seu orgulho hipócrita, tão pouco dispostos a reconhecer seu pecado que, quando Jesus finalmente os visitou, eles tentaram matá-lo. Depois de esperar durante tanto tempo pelo seu Messias e Rei prometido, eles preferiam destruí-lo a permitir que ele ameaçasse sua autojustificação.

Sempre termina assim, embora não de modo tão violento. Há apenas uma razão pela qual as pessoas que conhecem a verdade do evangelho não se sintam dispostas a arrepender-se e crer. É porque não querem considerar-se como pobres, prisioneiras, cegas e oprimidas. Não há nenhuma relação com o estilo de música que sua igreja oferece, com as dramatizações que são montadas ou com a qualidade de um espetáculo de feixes de laser. Mas tem tudo a ver com a morte espiritual e a cegueira do orgulho. Deus não oferece nada àqueles que estão satisfeitos com sua própria condição, a não ser julgamento. Se você não acha que está a caminho do inferno, não pensa que necessita de perdão, você não valoriza o evangelho da graça.

Segundo o próprio entendimento deles, esses judeus da sinagoga de Nazaré eram os respeitáveis. Eles eram os piedosos, os escolhidos, os verdadeiros adoradores, os leais à Lei, os cerimonialistas, os participantes da aliança. Os gentios eram os miseráveis idólatras, os indigentes proscritos. Os judeus nunca poderiam considerar-se como espiritualmente viúvos ou leprosos. Religiosos como eram, os vizinhos, amigos e parentes de Jesus odiaram tanto o que ele disse que tentaram matá-lo. Odiaram a mensagem de modo tão violento porque se recusavam ser humilhados. Não podemos pregar salvação, conduzir alguém à salvação nem tampouco sermos nós mesmos salvos a não ser que ' estejamos dispostos a ser humilhados e a reconhecer nossa condição pecaminosa. Novamente é uma questão de auto-renúncia, não é?

Eles tentaram matá-lo, mas não tinham poder para tanto, porque não era o método de Deus e não era sua hora. Lucas 4.30 descreve um momento sobrenatural, calmo: "Jesus, porém, passando por entre eles, retirou-se". Não sabemos como aconteceu. Mas, de alguma maneira miraculosa, ele simplesmente desapareceu. Eis o milagre que eles exigiram, mas o milagre o retirou do meio deles, simbolizando o julgamento que trouxeram sobre si mesmos por sua incredulidade cheia de ódio. Que tristeza. O que poderia ter sido - perdão e plenitude de alegria para sempre - eles recusaram.

E você? Você quer saber se Jesus é realmente aquele que ele disse ser? Em primeiro lugar, é necessário confrontar-se com seu diagnóstico sobre sua condição espiritual. Confesse sua absoluta pecaminosidade. Negue-se a si mesmo, e entregue sua vida a ele. Esse é o único caminho mediante o qual você poderá saber. Você se considera um entre os pobres, prisioneiros, cegos e oprimidos? Se sua resposta é não, você pode testemunhar todos os milagres debaixo do sol, reais ou falsos, pode ver todo o desfile de testemunhos, e nada o convencerá. Há apenas um caminho para saber que Jesus pode salvar sua alma do inferno, mudar sua vida e levá-lo para o céu com todos os pecados perdoados. Esse único caminho é ser suficientemente honesto e estar desesperado para admitir o seu pecado. Esse é o único tipo de pessoa que Jesus pode salvar. Tome sua vida pobre e iníqua, entregue-a nas mãos dele e veja o que ele pode fazer com ela. Isso é o que você deve fazer, e esse é o convite que temos para proclamar.


Fonte: [Josemar Bessa]
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