30 de dez. de 2013

Retrospectiva 2013: posts mais visitados - (iPródigo)






O ano está acabando e é hora de lembrar coisas boas que aconteceram. Como já é tradição, listamos os 10 posts mais visitados do ano. Mais uma vez, os textos mais populares envolvem temas relacionados a casamento e sexo. Outros assuntos importantes como a Igreja Romana e o ministério com jovens também ganharam atenção este ano.
Confira o nosso top10!
10) 26 razões para parar de ver pornografia, Craig Gross e Jay Dennis. – Abrindo nossa lista, um post frequente em nosso top 10. Os autores compilam uma lista de 26 problemas que surgem na vida daqueles que veem pornografia e das pessoas ao redor delas. Mesmo sem desenvolver muito cada ponto, os leitores puderam perceber quão grave é esse vício. Muita gente comentou e agradeceu por tratarmos desse delicado assunto.
9) 5 sinais de maturidade espiritual, Clint Archer. – O autor propõe um autodiagnóstico para todos os cristãos. Será que temos os indicadores de uma vida espiritual madura?
8) Como destruir seu casamento antes de começar, Garret Kell. - Uma das estratégias mais efetivas de Satanás para corromper a união do casamento, ilustração do evangelho, é atacar os casais por meio do pecado sexual antes que eles digam “sim”.  Esse texto popular lista as quatro estratégias mais comuns que o inimigo utiliza para atacar casamentos antes mesmo de começarem.
7) Desintoxicação Sexual, Tim Challies. - Campeão de 2010 e de 2011, e sempre presente no nosso top 10!  Challies nos fala sobre os efeitos nocivos da pornografia na vida do jovem solteiro e em sua futura vida conjugal. Sempre recebemos muitos testemunhos de como Deus usou essa série na vida de jovens e em igrejas, e estamos felizes por vê-lo sempre nessa lista. Além disso, no ano passado, a  editora Vida Nova publicou a versão impressa e revista de Desintoxicação Sexual. Vale a pena comprar e abençoar a igreja com esse livro.
6) Uma carta aberta à minha filha,  Byron Yawn. – Esse emocionante texto relata os anseios e a oração de um pai piedoso por sua filha. São conselhos e instruções que também servem de exortação a pais cristãos e a jovens adultos cristãos em todos os lugares.
5) 18 coisas que não em arrependerei de fazer com minha esposa, Tim Challies. – A beleza do relacionamento conjugal é retratada nessa lista que expressa o amor de Challies por sua esposa. Uma inspiração para homens e jovens que anseiam um casamento abençoado pelo Senhor.
4) O Papa não me representa, Equipe Reforma21. – Nesse episódio do Prodcast, aproveitamos a visita do Papa ao Brasil para nos reunimos com o Rev. Emilio Garofalo Neto e discutirmos o relacionamento dos cristãos protestantes e evangélicos com o Papa e a Igreja Católica. A Reforma já acabou e nossa separação é apenas fruto de um passado distante e irrelevante? Por que os reformadores diziam que o Papa é o anticristo? Como, afinal, o “santo padre” usurpa o trono do Salvador? Vale a pena ouvir essa aula de teologia do Pr. Emilio.
3) Rapazes, com quem você se casará também é importante, William VanDoodewaard. - Para os rapazes que pensam em casar-se, William VanDoodewaard oferece importantes alertas sobre a pessoa com quem desejamos unir-nos em matrimônio. Como a escolha de uma esposa pode afetar toda a vida de um homem? Esse texto é a segunda parte de uma dupla de posts que fez bastante sucesso em 2013. A primeira parte também aparece nesta lista…
2) 10 razões pelas quais nossos jovens deixam a igreja, Marc Yoder. – A substituição pragmática do evangelho da cruz pelo evangelho da glória americanizado é a razão para tantos jovens abandonarem a igreja. Mesmo no Brasil, muitas igrejas tentam copiar o modelo de entretenimento que promove igrejas inchadas e crentes superficiais. Para pastores e líderes, é essencial examinar as razões propostas pelo autor e voltar à mensagem bíblica.

1) Com quem você se casará é importante, Rebecca VanDoodewaard. – O primeiro texto dessa série sobre com quem nos casaremos é o post mais popular do ano. Num artigo franco, Rebecca VanDoodewaard apresenta uma mensagem sóbria que desafia mulheres solteiras a pensarem melhor sobre as pessoas com quem elas desejam unir-se em matrimônio. Como a escolha de um marido pode afetar toda a vida de uma garota? Somos gratos pelo sucesso dessa série, pois os conselhos dos Vandoodewaards são preciosíssimos para os crentes de hoje.


Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
Fonte: [iPródigo]

A Cruz de Cristo - Michael Haykin


Quem, na opinião de Charles Haddon Spurgeon, foi o maior teólogo do seu século? Bem, ninguém mais do que Andrew Fuller, o pastor batista e teólogo missionário que pastoreou durante a maior parte da sua vida, em Kettering, Northamptonshire, na antiga Inglaterra. Se alguém perguntasse a Spurgeon as razões de sua admiração por Fuller, uma razão que ele poderia dar seria a ênfase de Fuller sobre a centralidade na cruz.
Em toda sua vida cristã, Fuller foi convencido de que a cruz de Cristo era a essência do Cristianismo. Em 1802, ele defendeu que “ela é o ponto central no qual se encontram e são unidas as linhas da verdade do evangelho”. Assim como o sol é absolutamente vital para a manutenção do sistema solar, assim “a doutrina da cruz é para o sistema do evangelho; é a sua vida”. Outras observações semelhantes aparecem em uma série de obras de Fuller. Em um sermão pregado em 1801, Fuller traz à memória de seus ouvintes: “Cristo crucificado é o ponto central no qual se encontram e são unidas todas as linhas da verdade do evangelho. Não há outra doutrina nas Escrituras que tenha uma relação tão importante”. A morte redentora de Cristo, Fuller declarou em 1814, nada mais é do que “o sangue vital do sistema do evangelho”. Em resumo, a cruz é “a magnífica peculiaridade e a principal glória do cristianismo”, e tudo o que for equivalente ao próprio evangelho: “A doutrina da salvação através de Cristo... é, por sua primazia, chamada de evangelho”.
Diante dessa visão sobre a morte de Cristo, não ficamos surpresos em encontrar Fuller afirmando a respeito da doutrina da cruz, que “Deus, em todas as eras, se deleitou em honrar”. Qualquer que seja o lugar onde a igreja tenha experimentado tempos de vitalidade e vigor espiritual – “tempos de grande avivamento”, como Fuller os denominou – ali a obra expiatória de Cristo obteve um lugar de exaltação. Fuller observou que essa foi a doutrina central da Reforma, e à qual os Reformadores deram proeminência. Foi o tema principal dos puritanos e dos antepassados espirituais de Fuller, não conformistas do século XVII. Em seus dias, os triunfos missionários dos morávios nas Índias Ocidentais, entre os esquimós, e na Groelândia, foram triunfos da cruz: a “doutrina da expiação pela morte de Cristo (...) forma o grande assunto de seu ministério”. Quando Fuller olhou além da realidade histórica para a eternidade e o céu, ele foi convencido de que ali, também, a cruz era o “tema preferido” de seus habitantes.
Assim sendo, se uma igreja ou denominação rejeita a doutrina da cruz, ela não é nem um pouco melhor do que uma “massa morta e pútrida”. Acabar com “a obra expiatória de Cristo e todo o [sistema] cerimonial do Antigo Testamento nos parece um pouco mais do que uma massa morta de matéria desinteressante: a profecia perde tudo o que tem de interessante e cativante; o evangelho é aniquilado ou deixa de ser aquela boa nova aos pecadores perdidos que ela professa ser; a religião prática é despojada de seus motivos mais poderosos, a dispensação do evangelho, de sua glória peculiar, e o próprio céu, de suas alegrias condutoras”. Por que, por exemplo, muitas igrejas anglicanas nos dias de Fuller eram tão pouco frequentadas? Para Fuller, a resposta estava evidentemente clara: por causa, ele respondeu, “da generalidade do clero em não pregar a doutrina da cruz (...). Não há nada em sua pregação que interesse aos corações, ou alcance a consciência do povo”.
A perspectiva assumida na cruz era, portanto, uma grande linha divisória entre o cristianismo genuinamente bíblico e o nominal. Como Fuller declarou: “Enquanto temos uma mente segundo os apóstolos, determinada a conhecer nada além de Cristo, e ele crucificado, não correremos perigo de nos desviarmos totalmente da verdade, em qualquer de seus âmbitos; mas se perdermos de vista essa estrela-guia, logo tropeçaremos nas pedras do erro”.
Então foi assim que Fuller, quando estava falecendo em 1815, em sua última carta para seu grande amigo e mais tarde biógrafo, John Ryland Jr., reafirmou a centralidade da cruz. Depois de citar 2 Timóteo 1:12, Fuller disse: “Eu sou uma criatura pobre e culpada, mas Cristo é meu Salvador poderoso. Eu preguei e escrevi muito contra o abuso da doutrina da graça, mas toda essa doutrina é o que me salva e o que desejo. Não tenho nenhuma outra esperança fora dessa salvação por meio da simples graça soberana e eficaz, através da expiação de meu Senhor e Salvador. Com essa esperança, eu posso entrar na eternidade com tranquilidade”.
Dr. Michael Haykin é professor de história da igreja e espiritualidade bíblica noSouthern Theological Baptist Seminary em Louisville, Kentucky. Ele é autor dos livros “Palavras de Amor” e “Redescobrindo os pais da igreja: Quem eles eram e como moldaram a igreja” (Editora Fiel).
Fonte: [Ministério Fiel]

AutorMichael HaykinMichael Haykin
Michael Haykin é professor de história da igreja e espiritualidade bíblica no Southern Theological Baptist Seminary, em Louisville, Kentucky,...

Como fazer contato com a Igreja Perseguida?

No site ou na revista Portas Abertas, você lê uma história que toca o seu coração. O testemunho daquele irmão perseguido edifica sua vida, e você deseja entrar em contato com ele para consolar, agradecer, encorajar. A dúvida é: como você poderá contatá-lo?
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Situações como essa não são raras. O Espírito Santo gera, em muitos cristãos brasileiros, empatia e compaixão para com a Igreja Perseguida. Entretanto, entrar em contato com o cristão perseguido nem sempre é possível.

Contato benéfico
O contato que o escritório brasileiro da Portas Abertas tem com a Igreja Perseguida é intermediado pelos colaboradores estrangeiros que vivem ou trabalham nos países em que atuamos. Toma-se esse cuidado para proteger a integridade do cristão perseguido, bem como a de nossos colaboradores, pois seu contato com o exterior nem sempre é benéfico. Em muitos casos, a sociedade em que vivem vê com maus olhos quem recebe ajuda de outros países — essas pessoas acabam sendo julgadas como espiões internacionais ou traidores de seu país.

A situação varia de pessoa para pessoa, de país para país; leva-se em consideração o estado emocional do cristão perseguido, o contexto atual de sua nação. Quando é declarado que o contato com cristãos de países livres é benéfico, a Portas Abertas organiza campanha de cartas ou outras atividades. Por se tratar de situações delicadas, o contato direto e pessoal é evitado.

Cara a cara
Existem duas formas de se ter contato pessoal com a Igreja Perseguida. A primeira é com a visita dos correspondentes internacionais, que vêm periodicamente ao Brasil, provenientes de diversas partes do mundo. Durante suas pregações você pode ouvir relatos do campo, e após a mensagem, é possível conversar com eles e tirar algumas dúvidas.

Outra forma é por meio das viagens de campo organizadas por nosso ministério de viagens, o Sem Fronteiras. Essa experiência única possibilita o viajante a ter contato com a Igreja Perseguida e vivenciar um pouco do dia a dia dos cristãos naquele país.

Texto retirado da seção “Sua vez”, da revista Portas Abertas, edição de junho de 2013. Você pode participar enviando sua sugestão para o e-mail falecom@portasabertas.org.br.
FonteRevista Portas Abertas

24 de dez. de 2013

Não Sou Totalmente contra o Natal

Como todos os cristãos em geral, eu sou contra a secularização do Natal, o comércio que se faz em torno da data, as festas e bebedeiras que ocorrem na época. Todos sabemos que Papai Noel, árvores de Natal, guirlandas, bolinhas brilhantes e coloridas, bengalinhas de açúcar e anjinhos pendurados nas árvores, nada disso faz parte do Natal. São acréscimos culturais e pagãos feitos ao longo dos séculos e certamente não pelos verdadeiros cristãos.

Por isto, acho que não deveríamos ter nos cultos de Natal qualquer desses símbolos, desde Papai Noel até a árvore. Há quem pense diferente. Ellen White, profetiza mor do Adventismo, ensinava que se deveria ter uma árvore de Natal no culto e que a mesma poderia ser enfeitada durante a celebração.
"Deus muito Se alegraria se no Natal cada igreja tivesse uma árvore de Natal sobre a qual pendurar ofertas, grandes e pequenas, para essas casas de culto”. [1] 
Sou veementemente contra essa idéia.

Também sou contra fazer de 25 de dezembro uma espécie de dia “santo”. Para nós, há somente um dia “santo”, por assim dizer, que é o dia do Senhor, o domingo. A maioria dos cristãos esclarecidos sabe que a data 25 de dezembro foi escolhida depois do período dos apóstolos, por três razões: para substituir as celebrações pagãs da Saturnália, substituir as celebrações do solstício do inverno, quando era adorado o Sol Invicto e por ser a data de aniversário do imperador Constantino. Todos estão conscientes de que Jesus pode não ter nascido – e provavelmente não nasceu – nessa data. Ela é uma convenção apenas, aceita pela Cristandade desde tempos antigos.

Por causa dos abusos, dos acréscimos pagãos e do desvirtuamento do sentido, muitos têm se posicionado contra as celebrações natalinas no decorrer dos séculos. Posso entender perfeitamente seus argumentos. Um bom número de seitas, por exemplo, insiste que o Natal é uma festa pagã e que todos os verdadeiros cristãos deveriam afastar-se dela.

As Testemunhas de Jeová estão entre as que atacam de maneira mais ferrenha as festividades natalinas. Num artigo intitulado "Crenças e Costumes que Desagradam a Deus" as Testemunhas de Jeová argumentam:
"Jesus não nasceu em 25 de dezembro. Ele nasceu por volta de 1° de outubro, época do ano em que os pastores mantinham seus rebanhos ao ar livre, à noite (Lucas 2:8-12). Jesus nunca ordenou que os cristãos celebrassem seu nascimento. Antes, mandou que comemorassem ou recordassem sua morte (Lucas 22.19,20)".[2] 
Todavia, considerando a rejeição aberta e agressiva que as Testemunhas de Jeová mantém contra a Encarnação e a divindade de Jesus Cristo, não se poderia esperar outra atitude deles.

Mais recentemente, igrejas e pregadores neopentecostais passaram a atacar duramente os cultos natalinos. Os argumentos são similares aos das seitas contra o Natal, só que com mais ênfase no caráter pagão-satânico do "bom velhinho". O ataque é resultado da visão dicotomizada de mundo que caracteriza muitos neopentecostais (não a todos, obviamente) e faz parte das críticas que fazem aos programas de Disney, às cartas de baralho, às mensagens satânicas subliminares em músicas de rock, etc., o que enfraquece bastante a força dos seus ataques ao Natal.

Os abusos e distorções também têm provocado reação contrária ao Natal de pastores e estudiosos reformados. Os argumentos são basicamente os mesmos empregados pelas seitas e pelos neopentecostais, sem que com isso queiramos comparar ou assemelhar esses grupos: falta de prescrição bíblica, incerteza da data exata do nascimento, origem pagã da festa e introdução de elementos pagãos ao longo do tempo.

Estou de acordo com as críticas feitas aos abusos e distorções. Todavia, acredito que precisamos jogar fora somente a água suja da banheirinha, e não o bebê. Penso que a realização de um culto a Deus em gratidão pelo nascimento de Jesus Cristo nessa época do ano, como parte do calendário de ocasiões especiais da Cristandade, se encaixa no espírito cristão reformado.

Além do que, alguns dos argumentos usados para a cessação total da realização de cultos dessa ordem não me parecem persuasivos.
       
Por exemplo, o argumento do silêncio da Bíblia, usado quanto às prescrições de comemorar o nascimento de Jesus, para mim não é definitivo. A Bíblia silencia quanto a muita coisa que é praticada nos cultos das seitas, dos neopentecostais e mesmo dos reformados. Eu sei que a celebração dos anjos e pastores na noite do nascimento de Jesus, bem como a atitude dos magos posteriormente, não são argumentos suficientes para estabelecermos cultos natalinos, mas pelo menos mostra que não é errado nos alegrarmos com o nascimento do Salvador.

Os argumentos de que os Reformadores, puritanos e presbiterianos antigos eram contra o Natal também não é final. A começar pela falibilidade das opiniões deles, especialmente em áreas onde as Escrituras não tinham muita coisa a dizer. Há muita manipulação das opiniões desses antigos heróis da fé pelos seus seguidores hoje (entre os quais me incluo, mas não na categoria de seguidor cego). Quando eles concordam, são citados. Quando discordam, são esquecidos. Aliás, não tenho certeza que Calvino era contra cultos em ocasiões especiais do calendário cristão. Ao que parece, ele era favorável.

A questão toda, ao final, é quanto ao calendário litúrgico, isto é, a validade ou não das igrejas reformadas realizarem cultos temáticos alusivos às datas tradicionais da Cristandade, como o nascimento de Jesus, sua paixão, morte e ressurreição, Pentecostes, etc. Nenhum Reformado realmente coloca 25 de dezembro como um dia santo, em mesmo pé de igualdade com o domingo. Trata-se de uma data do calendário litúrgico cristão, que pode ou não ser usado como uma ocasião propícia.

As grandes confissões reformadas consentem com o uso dessas datas. A Confissão de Fé de Westminster diz que
"... são partes do ordinário culto de Deus, além dos juramentos religiosos; votos, jejuns solenes e ações de graças em ocasiões especiais, tudo o que, em seus vários tempos e ocasiões próprias, deve ser usado de um modo santo e religioso." [3] 
Segunda Confissão Helvética de 1566, produzida sob supervisão de Bullinger, discípulo de Calvino, declara (XXIV): "Ademais, se na liberdade cristã, as igrejas celebram de modo religioso a lembrança do nascimento do Senhor, a circuncisão, a paixão, a ressurreição e Sua ascensão ao céu, bem como o envio do Espírito Santo sobre os discípulos, damos-lhes plena aprovação".

A velha Igreja Reformada Holandesa, no famoso Sínodo de Dort (1618-1619), adotou uma ordem para a igreja que incluía a observância de vários dias do calendário cristão, inclusive o nascimento de Jesus (art. 67). Isso mostra que, no mínimo, muitos Reformados eram favoráveis à celebração de datas especiais do calendário litúrgico cristão.

Por fim, creio, também, que a celebração do Natal no calendário cristão encaixa-se perfeitamente com a celebração dos grandes eventos da redenção pela oportunidade de esclarecer a doutrina da Encarnação (João 1.1-4,14). Afinal, o que deve ser celebrado não é simplesmente o nascimento de Jesus, mas a encarnação do Verbo de Deus, a vinda do Emanuel para a libertação do seu povo. Pode-se argumentar que esta doutrina (e outras quaisquer), podem ser ensinadas e celebradas regularmente pelo povo Deus, em qualquer domingo. Mas o argumento contrário também poderia ser usado: deveríamos parar de celebrar qualquer culto que não seja no domingo?

NOTAS

[1] Review and Herald, 11 de dezembro de 1879. Citado em http://www.cacp.org.br/Natal_e_os_adventistas.htm

[2] http://www.watchtower.org/t/rq/article_11.htm

[3] Confissão de Fé de Westminster, XXI, 5.

Fonte: [O Tempora, O Mores

Natal e Calvinismo



Por Jonathan Master


O que poderia ser mais evangelical e abrangente que o Natal? É uma época quando todos aqueles que celebram o Natal concordam sobre o significado da festividade, e mesmo muitos não cristãos fingem acreditar – ou pelo menos afirmar que algo bom aconteceu na noite em que Cristo nasceu. O Natal dificilmente parece ser a época apropriada para discutir as doutrinas da graça. Afinal de contas, somos levados a crer que o Natal é gloriosamente abrangente e o Calvinismo é desafortunadamente restrito.

Então por que inserir tais severas doutrinas na abrangente e bela alegria que compartilhamos no Natal? Bem, em primeiro lugar, essas doutrinas não são severas de forma alguma, ou restritas. Elas são atraentes e gloriosas, e o entendimento delas leva imediatamente ao tipo de alegria abundante que associamos ao Natal.

Mas há mais do que isso. A razão pela qual devemos associar o Natal e o Calvinismo é que o próprio Jesus o faz. Em João 6, Jesus dá uma razão muito clara para a encarnação. E a encarnação é o que celebramos quando celebramos o Natal corretamente. Ele diz isso: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou” (João 6.38). Essa afirmação abrangente de Jesus toma uma forma mais definida nos versos que se seguem: “E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (6.39-40). Mais à frente nessa mesma discussão, Jesus fala mais sobre a vontade do Pai, a qual ele veio à terra para cumprir: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer;” (6.44). E, novamente, “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita” (6.63). Por fim, ao responder algumas questões dos discípulos sobre aqueles que não creem, Jesus diz “Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido” (6.65).

Como a razão apontada por Jesus para a encarnação é fazer a vontade do Pai, vale a pena olhar para esses ensinamentos de uma forma sistemática. Primeiro, aprendemos que ninguém pode vir a Jesus, a não ser que o Pai o atraia ou lhe permita isso (João 6.44, 65). Isso é assim porque somente o Espírito Santo vivifica, e o homem em seu estado natural não é capaz de encontrar vida; na carne, seres humanos não possuem qualquer coisa aproveitável para alcançar a salvação (João 6.63). Aprendemos que o Filho veio para salvar aqueles que foram entregues a ele (João 6.39). Nos é dito que aqueles que foram atraídos, entregues e trazidos à vida pelo Pai de fato vêm: ninguém pode resistir à Sua graça transformadora (João 6.37). E então, talvez o mais notável, aprendemos que Cristo garante que todos os que vêm a ele em fé, aqueles que lhe foram dados pelo Pai e transformados pelo Espírito, certamente serão ressuscitados no último dia (João 6.40).

Em outras palavras, quando Jesus reflete sobre sua vinda à terra, ele explica nos termos da vontade do Pai na salvação, uma vontade que é demonstrada em no contexto da depravação total do homem, a eleição incondicional de Deus, a obra definitiva de Cristo na salvação, a graça irresistível de Deus em atrair e entregar os homens a Cristo, e a promessa gloriosa de que Cristo um dia irá ressuscitar aqueles que olham para ele em fé genuína. É disso que falamos quando falamos sobre Calvinismo. E, como vimos, também é o que Jesus ensina quando fala sobre o Natal.

***
Traduzido por Filipe Schulz | Reforma21.org | Original aqui

Via: [Bereianos]

Natal atrás das grades

Em dezembro de 2011, sete cristãos foram presos pela polícia por organizarem uma celebração de Natal no vilarejo onde viviam. De acordo com o líder da cidade, o evento foi considerado "contrário aos costumes locais". Para a sua libertação, as autoridades demandaram o pagamento de uma fiança
Natal atrás das grades.jpg
"Na noite em que fomos presos, a polícia jogou uma grande pedra sobre o telhado da casa onde nós estávamos reunidos", relatou o fazendeiro Akamu. "Os guardas nos ameaçaram dizendo que tínhamos de pagar um alto valor em dinheiro e entregar uma vaca. Eles ainda disseram que seríamos expulsos do vilarejo".

"Eles nos algemaram e acorrentaram nossos pés", afirmou Inoke, a única mulher do grupo. "Nós fomos obrigados a ficar todos juntos em uma pequena sala durante vinte dias. Era como um galinheiro, com cerca de 3 metros quadrados."

"A polícia queria que eu reconhecesse que aquilo que os outros fizeram era errado", disse Keoki, um criador de cabras e o mais velho do grupo. "Eu disse a eles que nós não fizemos nada de errado. Eles me ameaçaram de morte, mas eu apenas os ignorei".

"As pessoas que fizeram isso comigo achavam que eles estavam me enfraquecendo”, acrescentou ele, “mas, na Bíblia, Deus protegeu Pedro quando ele estava na prisão. Por isso, não me preocupei. Eu estava feliz por poder compartilhar o sofrimento de Jesus Cristo".

Kanoa, um ex-assaltante, de 37 anos de idade, relatou que sempre soube que os servos de Deus enfrentariam muitos problemas na vida. "Às vezes é difícil servir ao Senhor. Mas, quando tribulações acontecem comigo, eu dou glórias a Deus".

"Eu não posso abandonar Jesus"
Para esses cristãos, a perseguição não é algo novo. "Sofrimento é parte do seguir a Cristo", afirmou Keoki. "Jesus foi condenado, apesar de não ter feito nada de errado para o governo".

"Quando eu me tornei cristão, a polícia e o chefe do vilarejo vieram à minha casa e tomaram meu telefone celular", relembra Inoke. "Eles também expulsaram minha família da cidade".

"Nós decidimos nos mudar para outra cidade, mas lá sofremos pressão novamente", continuou Inoke. "Porém, pela graça de Deus, ao invés de abandonar a fé, tornei-me mais interessada em Jesus. Quanto mais perseguida eu era, mais eu tinha vontade de servir ao Senhor". 

"Uma vez, um amigo ofereceu-me uma posição no governo", acrescentou Kanoa. "Ele disse que gostaria de me contratar porque eu era esperto, mas eu teria de abandonar a minha fé".

"Muitas pessoas que vem até a minha oficina mecânica tentam me convencer a retornar para o budismo, a fim de não ter de enfrentar mais perseguições na vida", afirmou Kanoa. "Mas eu respondo que eu encontrei a verdade em Jesus. A verdade está na Bíblia; tudo nela é verdadeiro. Jesus Cristo é a verdade, pois ele me modificou. Eu não posso abandoná-lo agora".

Lições do cativeiro
Bane, um pastor de 46 anos, compartilhou que durante a maior parte da sua detenção ele ficou relembrando versículos bíblicos. "Eu só pensava na Palavra de Deus", disse. "Eu pensava em Eclesiastes 3.1,2, que diz que há um tempo determinado para tudo debaixo do céu. Eu percebi que a prisão não poderia me impedir de louvar ao Senhor".

Inoke e Akamu foram ensinados por Deus a permanecer firmes em sua fé. "Eu aprendi a não ter medo de falar", afirmou Inoke. "Antes, eu tinha medo do que eu iria dizer às autoridades."

"O Senhor me ensinou a permanecer com a verdade, não importa o que aconteça", disse Akamu. "Eu me tornei mais corajoso em defender Jesus. Há sim perseguições em nosso distrito, mas os cristãos podem suportá-las se eles se ajudarem mutuamente".

Mele, um fazendeiro de 58 anos, também relembrou os sentimentos de solidão e medo iniciais, mas o valor da comunhão foi revelado para ele dentro das paredes do "galinheiro". "Quando eu fui preso, senti-me muito triste no primeiro momento", afirmou ele. "Eu estava acostumado a pensar que o sofrimento era uma punição do Senhor. Mas, ao ver os outros prisioneiros junto comigo, senti-me encorajado. Eu li a Palavra de Deus e encontrei forças. Eu aprendi que posso ser luz para os outros, onde quer que eu esteja, seja no vilarejo ou na prisão".

Makan, um ex monge budista, lembrou-se de uma passagem que leu no livro de Tiago. "A Bíblia diz que devo alegrar-me ao passar por aflições em nome do Senhor", afirmou. "Mesmo na prisão, Deus está presente".

Fé inabalável
Ao invés de abalar sua fé, o aprisionamento dos cristãos reforçou o seu entusiasmo em seguir a Cristo. "Minha experiência na prisão serviu como testemunho para os outros", compartilhou Inoke. "O chefe do vilarejo disse que estava impressionado em ver como nós sete cuidamos uns dos outros mesmo diante daquela situação. Aquilo me encorajou a permanecer na fé apesar do que estava acontecendo".

"Muitas pessoas me perguntaram como eu não tinha abandonado a fé ainda", acrescentou Makan. "Meu encarceramento abriu portas para que eu pudesse falar da minha fé para outras pessoas".

"Eu ainda o sigo porque ele vale a pena", disse Akamu. "Jesus Cristo é a verdade e eu continuarei a contar para as pessoas sobre ele. Além disso, o que temeremos, agora que temos a certeza do céu?"

Pedidos de oração• Louve ao Senhor por ele ter mantido Akamu, Inoke, Keoki, Makan, Bane, Kanoa e Mele debaixo de suas asas durante o período na prisão. Agradeça ao Senhor pela decisão que eles tomaram em permanecer fiéis a Jesus, apesar da pressão de seus amigos e familiares e renda graças a ele pela sua libertação. 
• Ore para que a Igreja Perseguida no Laos não perca as esperanças. Peça ao Senhor para confortá-los e fortalecê-los em sua dificuldade.
*Todos os nomes foram modificados por motivo de segurança dos cristãos.
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoCecília Padilha
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