14 de mar. de 2012

A Sabedoria do Pai ao escolher o Filho - Jonathan Edwards (1703-1758)



Considere a escolha da pessoa DO nosso Redentor. Quando Deus designou a redenção da humanidade, Sua grande sabedoria revelou-se no fato de que Ele mesmo determinou que o Seu Único Filho fosse a pessoa que executaria essa tarefa. Ele era o redentor escolhido pelo próprio Deus e, por essa razão, é chamado nas Escrituras de "O Escolhido de Deus" (Is 42.1). A sabedoria na escolha dessa Pessoa se manifesta no fato dEle ser, em todos os aspectos, a pessoa mais apropriada para executar essa tarefa. Era necessário que a pessoa do redentor fosse uma pessoa divina. Ninguém, senão um ser divino era competente o suficiente para essa grande obra. Ela era totalmente inadequada para qualquer outra criatura. Era imprescindível que o redentor dos pecadores fosse infinitamente santo em si mesmo. Ninguém poderia remover a infinita maldade do pecado, senão alguém que fosse infinitamente separado do pecado e contra o pecado. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor.

Para que a pessoa fosse competente o suficiente para realizar essa tarefa, era imprescindível que ela fosse uma pessoa infinitamente digna e excelente e pudesse ser merecedora de infinitas bênçãos. E em relação a esse aspecto, o Filho de Deus é pessoa mais adequada. Era necessário que essa pessoa fosse alguém com sabedoria e poder infinitos, pois essa era uma obra tão difícil que exigia alguém com esses atributos. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor.

Era imprescindível que essa pessoa fosse muito amada por Deus Pai para que Ele concedesse um valor infinito ao acordo feito entre os dois, devido a Sua estima por essa pessoa, de modo que o amor do Pai por essa pessoa pudesse equilibrar a ofensa e a provocação causada pelos nossos pecados. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor. Somos aceitos pelo Pai, "no Amado" (Ef 1.6).

Era imprescindível que essa pessoa fosse alguém com autoridade absoluta para agir por si mesmo; alguém que não fosse um sevo ou um súdito, pois alguém que não pudesse agir por sua própria autoridade não teria valor algum. Aquele que fosse um servo e não pudesse fazer nada além do que aquilo que era obrigado a fazer não seria digno para essa tarefa. E aquele que não possuía coisa alguma que não fosse absolutamente sua não poderia pagar o preço da redenção de outro. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor. Ninguém, senão um ser divino poderia ser adequado para ser esse redentor. Essa pessoa deveria ser alguém que possuísse misericórdia e graça infinitas, pois nenhuma outra pessoa, senão alguém como Ele, poderia realizar uma obra tão difícil em prol de uma criatura tão indigna quanto o homem. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor.

Era imprescindível que essa pessoa possuísse verdade e fidelidade perfeitas e imutáveis. Caso contrário, não seria uma pessoa adequada, de quem poderíamos depender para realizar tamanha tarefa. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor.

A sabedoria de Deus em escolher Seu Filho Eterno se manifesta não somente no fato dEle ser a pessoa mais adequada, mas também no fato dEle ser a única Pessoa adequada dentre todas, quer criadas ou não. Nenhum ser criado – quer fosse homem, quer fosse anjo – era adequado para realizar essa tarefa... Isso revela a sabedoria divina em saber que Cristo era a pessoa adequada. Nenhum outro, senão Aquele que possui a sabedoria divina poderia conhecer esse fato. Nenhum outro, senão Aquele que possui a sabedoria divina poderia pensar em Cristo para ser o redentor dos pecadores. Pois, visto que Cristo também é Deus, Ele é uma das Pessoas contra Quem o homem pecou e que foi ofendida pelo pecado de rebelião do homem. Quem, senão o Deus infinitamente sábio poderia pensar em Cristo para ser o redentor de pecadores que haviam pecado contra Ele, os quais eram Seus inimigos e mereciam o mal infinito de Suas mãos? Quem poderia pensar nEle como Aquele que colocaria o Seu coração no homem e teria amor e compaixão infinitos por ele, exibindo sabedoria, poder e merecimento infinitos pela redenção do homem? 


"Para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais"Efésios 3.10

Fonte:  [Josemar Bessa]

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