29 de jun. de 2012

Tom Ascol – Compromisso com a Palavra


Compromisso com a Palavra
Qual é a coisa mais importante que um pastor deve observar no início de seu ministério? Conforme Tom Ascol defende neste vídeo, nada é mais indispensável ao jovem pastor do que o compromisso com a Palavra de Deus. Um pastor deve ensinar o seu rebanho a entender a Escritura e, mais do que isso, a ter prazer na Escritura. Por isso, ele deve concentrar-se em pregar fielmente a Palavra de Deus.
Por Tom Ascol. Editora Fiel 2006-2012. © Todos os direitos reservados.
Fonte: [Blog Fiel] Via: [Voltemos ao Evangelho]

27 de jun. de 2012

5 dicas para se ensinar o CRIACIONISMO na Escola Bíblica Dominical



“O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez”. (Sl 78.3,4)
Pais e professores de Departamento Infantil: pesquisem, estudem, reúnam material e comecem a transmitir a fé criacionista para os seus filhos, pois muitos virão tentando transmitir a fé neodarwinista (sim, é preciso também ter fé para crer em tudo que eles ensinam…) para os seus pequeninos.
CINCO PONTOS IMPORTANTES PARA VOCÊ:
    1. Mostre aos seus filhos e alunos de EBD que eles um dia ouvirão falar que o mundo e tudo o que nele há não foi criado por Deus, mas sim é resultado de um processo evolutivo; fruto ‘do acaso’ e por acaso. Fale um pouco sobre e teoria evolucionista para eles. Fazendo isso, o benefício será que eles não ficarão com a impressão de que algo lhes foi escondido, quando ouvirem pela primeira vez sobre a filosofia pseudocientífica neodarwinista. É triste para qualquer um ficar com a impressão “esconderam-me algo”, e isto poderá acarretar em interpretações, do tipo: “se os meus pais ou professores de EBD esconderam-me algo, é porque a minha fé não se sustenta”… Agindo assim, você também quebrará e muito o “efeito novidade” do professor que vier ensinar com entusiasmo sobre a evolução;
    2. Informando bem, pais e professores de EBD também evitarão “o novo” que gera desconforto para o menino e para a menina crente, em sala de aula. Lembro-me de nunca ter recebido informação bíblico-científica sobre a Criação, e quando tive contato pela primeira vez com a “Ciência nos moldes darwinista” como me foi passada, foi mesmo um choque! Aquilo era “Ciência” e a minha fé, era o que? Um conto? Pais e professores, abasteçam-se de todo bom material que temos hoje, em forma de livros e de pesquisas sobre o Criacionismo na internet. Informem o suficiente, para que seus filhos e alunos não passem por desconfortos. Neodarwinismo não é Ciência. Darwinismo também não é ciência. É teoria. E deve ser visto, tratado e honestamente repassado com tal.
    3. O ditado popular informa: “quem avisa, amigo é”. Impressionante é o fato que muitos professores evolucionistas vibram mais com a teoria que creem, do que pais e professores criacionistas o fazem. E neste aspecto, para a vida de uma criança, não tem outra: quem mais vibrar, mais e melhor contar/narrar, cativará. Aqui, não é um jogo de “quem conta melhor”, mas uma questão bem mais séria: quem realmente crê. Se você, pai/professor de EBD apresenta muito bem fatos da Criação e como a Ciência e cientistas de nome e renome também creem e ensinam – que Deus criou todas as coisas, não haverá ‘professor entusiasmado, de linha ateísta ou agnóstica no mundo, que cative seu filho/aluno, mais do que você.  Avise antes. Avise bem.
    4. Mostre que nem todos acreditam como o Darwinismo ensina. Apresente fatos de rejeições a esta linha, da parte de cientistas que também não são cristãos. São homens da Ciência, e pela Ciência mesmo, descartam tal teoria. O sitehttp://www.dissentfromdarwin.org/index.php ,por exemplo, apresenta uma lista de Doutores em diversas áreas da Ciência que assinam contra o Darwinismo. Isto quebra, e muito, o arrogante ar de intelectualidade onde a teoria tenta se apoiar.

Confira o lançamento
de Adauto Lourenço
  1. Desmonte com sabedoria o ar de “intelectualidade” que esta teoria empresta. Mostre que pensar diferente de um darwinista não é ser um bobo, ou que a sua fé não é anti-intelectual. Como dizia (e escrevia John Stott), “crer é também pensar”. Municie-se de bom material e conteúdo. A Editora Fiel lançou vários títulos que fazem bem à fé criacionista. Recomendo (no final tem uma lista[1]). Entre em sites que defendem a nossa fé (também, no final, apresento alguns[2]). Leia bons livros e artigos; monte uma biblioteca sobre o assunto em sua casa e na sua igreja. Participe de congressos (indico também as palestras “Darwinismo Hoje[3]”, promovidas pela Universidade Mackenzie, no final). Nossa fé tem sentido, sim. A Ciência neutra e inteligente, não desmente o Criacionismo. Estuda fatos e reconhece seus limites. Nossa fé não teme a Ciência, porque o nosso Grande Deus é o Deus de toda Ciência!
Autores que não são cristãos têm vindo a público demonstrar a insustentabilidade do Darwinismo. Nomes como Phillip Johnson escreveram livros demonstrando as fraquezas e os fracassos do sistema darwinista (Johnson é autor do livro: “Darwin no Banco dos Réus”, respectivamente).
O Dr. Marcos Eberlin, Professor Doutor na UNICAMP disponibilizou um material prático em forma de web-book na internet, demonstrando o Desing Inteligente, resultado de excelente projetista que planejou com sabedoria e Poder o Universo. Dê uma olhada: http://www.fomosplanejados.com.br/
Como disse no início, vocês não estarão sozinhos, crendo, amando e professando o Criacionismo. Sua fé bíblico-científica não é oca e nem tola. Adeptos do Criacionismo científico afirmam coerência na fé em Deus. Entre eles, o Dr. Albert Einstein: “…Eu quero saber como Deus criou este mundo. Não estou interessado neste ou naquele fenômeno, no espectro deste ou daquele elemento. Eu quero conhecer os pensamentos Dele, o resto são detalhes”.

[1] Você pode ver uma relação completa dos livros sobre criacionismo neste link: http://bit.ly/MKthse


Sua vez:
Você ensina sobre o criacionismo na EBF? Se sim, como? Se não, acha que estas dicas poderão ajudá-lo?

Fonte: [Blog Fiel]

A importância de se ensinar o CRIACIONISMO na Escola Bíblica Dominical


Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência” (1 Tm 6.20)
Vivemos dias difíceis, quando a fé no Criador parece ser para tantos, o maior absurdo do Universo. Uma ameba; um ser monocelular, pode ‘dar vida’ a tudo o que há, de tão belo e tão complexo, em nosso planeta. Já um Deus Pessoal, Poderoso, Inteligente, não pode. Isso é superstição.
Paulo, escrevendo a Timóteo, já advertia que homens iriam agir assim, cauterizando a própria consciência, por crerem – mesmo – em mentiras (1 Tm 4.2). “Mentiras científicas” têm chegado cada vez mais perto das mentes de meninos e de meninas de 9, 10 anos. Muitos professores da rede de ensino têm passado uma filosofia de vida neodarwinista, como se Ciência fosse, e muitos pais cristãos não tem percebido isto.
Por sua vez, o ensinamento bíblico sobre o Deus Criador e a Criação pensada e executada por Deus tem sido bem negligenciado, infelizmente, a começar dentro de muitos lares cristãos. E esta negligência poderá custar muito caro. Sem uma boa e sólida base criacionista, o seu filho, a sua filha, poderão ficar fascinados(as) pelo pseudointelectualismo que filosofias neodarwinistas apontam (e aprontam), ou poderão crescer com uma fé fraca no Criador, que não se sustentará diante das primeiras propostas que vierem a ouvir sobre a evolução das espécies. Por sua vez, o ensinamento que transmitimos tantas vezes no Departamento infantil sobre o Livro do Gênesis, principalmente sobre os 11 primeiros capítulos, na mente de muitas crianças não terá muita diferença da velha e surrada fórmula dos contos de fada: “Era uma vez”… Precisamos orar e repensar o ensino do Gênesis no DI, urgentemente!
Recentemente a nossa Igreja promoveu um congresso para os membros sobre o Deus Criador e o Criacionismo Bíblico e Científico. E foi mesmo uma bênção! E já estamos nos organizando para iniciar uma classe que dedique um semestre inteiro, pelo menos, a este assunto tão importante para os pequeninos. Estamos elaborando um currículo. E que o tema seja também tão importante e que acorde editoras cristãs, para que publiquem revistas e lições para EBD com excelente conteúdo e informações que durem mais tempo [de aula] e forneçam importantes conteúdos criacionistas a todos: pais, jovens, adolescentes, etc., pois o assunto é deveras importante e urgente. Se tirarmos a noção da criação da vida de uma pessoa, ela poderá crescer no máximo “deísta”, e isto fará uma enorme diferença para pior, em sua vida. Precisamos voltar às origens! Precisamos ensinar tudo, e tudo certo e desde o começo: NO PRINCÍPIO… DEUS!
Reflexão:
Pais, professores de crianças no Departamento infantil… Vocês vibram com o Deus Criador e Sustentador de todas as coisas? Vocês têm ensinado direito? Ou têm ‘passado por cima’, ou ‘muito de longe’, por este ensino basilar?

Fonte: [Blog Fiel]

12 de jun. de 2012

As seis antíteses – John Stott (1921-2011)





Vocês ouviram o que foi dito: "Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo". Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos.

MATEUS 5.43-44

Vimos ontem que aquilo que Jesus estava contradizendo nas seis antíteses do capítulo 5 de Mateus não era a Escritura, mas a tradição. Todas as seis antíteses são variações sobre o mesmo tema. Por acharem a lei opressiva, os escribas e fariseus tentavam reduzir seu desafio ao tornar suas exigências menos exigentes e suas permissões mais permissivas. Desse modo, tornavam a lei mais manejável. Tomemos a quinta e a sexta antítese como nossos exemplos.

Eis a quinta: "Vocês ouviram o que foi dito: 'Olho por olho e dente por dente'. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso" (v. 38-39). "Olho por olho" era uma instrução aos juizes de Israel. Ela expressava a lei do talião, o princípio da exata retribuição como sentença máxima. Os escribas e fariseus, no entanto, estenderam-na. Levaram-na dos tribunais (a que pertencia) para o campo dos relacionamentos pessoais (a que não pertencia). Eles a usavam para justificar a vingança, que a lei proibia explicitamente.

Agora a sexta antítese: "Vocês ouviram o que foi dito: 'Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo'. Mas eu lhes digo: Amem seus inimigos" (v. 43-44). A citação dos escribas era uma perversão escandalosa da Escritura, pois acrescentava ao mandamento de amar nosso próximo um mandamento correspondente de odiar nosso inimigo, que não se encontra no texto do Antigo Testamento. Os professores da lei se perguntavam quem era o seu próximo, a quem deveriam amar. Isso porque, é claro, respondiam a si mesmos que seu próximo era seu conhecido e semelhante de raça e de religião. Sendo assim, se lhes era exigido amar somente seu próximo, isso eqüivalia à permissão para odiar seu inimigo. Mas Jesus condena por completo esse casuísmo. Ele insistiu que nosso próximo, no vocabulário de Deus, incluía nosso inimigo.


Se amarmos apenas aqueles que nos amam, não seremos melhores que os não-cristãos. Se amarmos nossos inimigos, no entanto, ficará aparente que somos filhos do nosso Pai celestial, uma vez que seu amor é indiscriminado, dando chuva e sol a todas as pessoas indistintamente. Alfred  Plummer resumiu as opções: pagar o bem com o mal é demoníaco; pagar o bem com o bem é humano; pagar o mal com o bem é divino.

Para saber mais: Mateus 5.43-48

Fonte: [Josemar Bessa]

9 de jun. de 2012

Heber Campos – A Centralidade de Cristo em nossos Pensamentos e em nossas Atitudes


A centralidade de Cristo em nossos pensamentos

Texto base: Marcos 12:28-30
Se compararmos o texto de Marcos com o texto original (Dt 6:5) perceberemos que Cristo adiciona o amar com “todo entendimento”. O ponto é deixar claro que temos que amar a Deus com todo nosso ser, inclusive nosso pensar. Mas pense sobre isso. Será que estamos acostumados a amar alguém com nossa mente? Falamos: “eu te amo de todo coração” ou “eu te amo de toda minha alma”, mas quem fala “eu te amo com todo meu cérebro”? Então, como amar a Deus com toda nossa mente, tendo nosso pensamento centrado em Cristo, principalmente fora da igreja?
Amar a Deus com todo o teu entendimento
Precisamos aprender a ter prazer tanto ao ler a Bíblia, quanto ao ler o livro da natureza, as coisas que Deus criou. E esse pensar faz com que nosso amor desperte. Quando você ama alguém você busca conhecê-la. Da mesma forma, quem ama a Deus irá buscar conhecê-lo; e quanto mais o conhecermos, mais glorioso Ele será aos nossos olhos.
Amar a Deus com todo o teu entendimento
Somos chamados para amar a Deus com o entendimento que já temos dele. Precisamos crescer em entendimento, mas isso não significa que para amar a Deus você precisa antes ser um PhD.
Amar a Deus com todo o teu entendimento
E este é o desafio: todo nosso pensamento, quer extensivamente (todo tipo de pensamento), como intensivamente (com todo empenho).
A primeira coisa que precisamos aprender disso é não dividir a mente, como se houvesse uma mentalidade para a igreja e outra para fora da igreja. A divisão não é se algo é de igreja (“gospel”) ou não, mas se Deus é honrado ou não – e isso pode acontecer tanto dentro como fora da igreja.
Em segundo lugar, será que pensamos como o mundo? Alguns exemplos:
  • O que é preciso para casar? Estabilidade financeira? Terminar a faculdade, mestrado, doutorado? Construir a casa própria? Não é assim que o mundo pensa? Será que temos, como o mundo, confiado no dinheiro ou temos confiado em Deus?
  • Tratamos fé e trabalho são coisas separadas? Será que um cristão pode trabalhar em qualquer coisa? Seu trabalho fere princípios morais da Escritura?
  • Somos seguidores ou criados de cultura? Será que estamos copiando as coisas do mundo e adicionado o termo “gospel” depois?
Se você pensa como o mundo, você será mundano mesmo que esteja dentro da igreja. Mas seja encorajado pelo exemplo de Daniel, que fez apesar de ter feito “a faculdade da Babilônia” (e você não precisa fugir da sua faculdade) não se contaminou com as coisas do mundo e manteve sua santidade e cosmovisão.

A centralidade de Cristo em nossas atitudes

Texto Base: Daniel 3
Eu comecei com o pensar e agora falarei de nossas atitudes, isso porque para a atitude ser correta, a mente tem que ser antes transformada.
Quero novamente deixar claro que mundanismo não é um local onde você possa estar, mas um vírus que pode contaminar tudo o que você faz, quer você esteja na igreja ou não. Deixe-me dar alguns exemplos de atitudes mundanas que nos infectam:
  • Quantos de nós, mesmo sendo cristãos, trabalhamos pensando no final de semana, dando graças a Deus que é sexta-feira? Isso porque pensamos que o trabalho é um fardo e que o bom é se divertir e gastar dinheiro. Essa é a forma que o mundo pensa. Um cristão entende que durante a semana, no trabalho, ele está em seu campo missionário e que no final de semana ele se recarrega e prepara para trabalhar de segunda a sexta.
  • Será que buscamos relacionamentos somente baseado em afinidade? Ou você busca amigos com o intuito de mostrar graça, como Jesus que andava com prostitutas, publicanos?
Saiba que o mundo impõe e pressiona um estilo de vida sobre todos, assim como Nabucodonosor impôs a adoração ao seu ídolo. E, infelizmente¸ muitos cristãos sedem a essa pressão. Por exemplo, você considera ter algumas dessas atitudes?
  • Imagina você escolher ter um namoro onde você escolhe ter pouco contato físico, porque você sabe que muito contato físico pode levá-lo ao pecado. Nós queremos namorar como o mundo namora, mas não queremos lidar com as consequências.
  • Imagina você optar por um emprego que paga menos, porque você pode passar mais tempo com sua família e sua igreja.
  • Imagina você jovem optar por não voltar tarde no sábado, porque depois é domingo e tem escola dominical. O mundo diz que sábado é o dia de passear e nós acabamos pensando e agindo dessa forma.
  • Imagina você deixar de assistir o jogo do seu time no domingo para praticar atos de misericórdia. O dia do Senhor para Jesus era o dia que Ele agia de forma redentiva.
Que tipo de pensamento e atitude tem dominado você?
Saiba também que o mundo não irá aceitar se você decidir seguir a Cristo. O mundo primeiro impõe seu estilo de vida e, se tentamos resistir, ele irá tentar nos persuadir e se, mesmo assim, permanecermos fiel, o mundo nos perseguirá. Não foi isso que Nabucodonosor fez a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego?
É por isso que Paulo diz que “todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Tm 3:12). Se você viver piedosamente em Cristo ou as pessoas que vivem do seu lado irão se converter ou odiá-lo. Os três amigos não sabiam o fim da história, mas mesmo assim, ao custo da vida deles, não se dobraram ao mundo. Eles estavam dispostos a perder a vida por amor ao Deus deles.
Porém, no final da história, Deus honrou a fé dos três amigos. Perceba que Deus não tirou seus servos da tribulação, mas os livrou em meio da tribulação. Deus não livrou do fogo, mas no fogo (Isaías 43:1,2). Deus mostrou que estava com aqueles que creem nele. Quão importante é sabermos que Cristo está conosco. Não é fácil evangelizar neste mundo tão pagão, mas Cristo promete estar conosco (Mt 28:19,20). Não é fácil repreender um irmão em pecado, mas Cristo promete estar conosco (Mt 18:15-20). Receba isso do Senhor: Ele promete ser o centro de nossa vida se enfrentarmos a fornalha.
E, por fim, perceba que dois benefícios surgem quando somos provados e aprovados:
  1. nossa fé cresce
  2. testemunhamos ao mundo – assim como Nabucodonosor reconheceu o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego.
Que Deus nos dê coragem para confiar neste Deus mesmo no meio das provações e ter uma atitude livre

Tim Conway – A Centralidade do nosso Amor por Cristo


Perder nosso primeiro amor é quando Jesus não é mais tão precioso para nós.

Texto base: Apocalipse 2:1-7

Vejamos o que o texto nos diz sobre Jesus. Primeiro, ele tem as Igrejas em suas mãos e anda no meio da Igreja. Ele é um Cristo que sustenta a Igreja e está no meio dela. Quão bom é saber que Cristo está no meio de nós! Mas também devemos nos lembrar que os Cristo tem olhos de fogo. Ele vê e examina tudo que há nas igrejas. Isso é temeroso, mas também é bom, pois significa que Cristo conhece Sua Igreja e, portanto, não precisamos ser hipócritas diante dele; podemos confessar nossos pecados, pois ele já o sabe. E a boa notícia é que se pertencermos a Ele, Ele não nos condenará, mas, quando confessamos, Ele trabalha para nos tornar semelhante a Ele.
Agora, vejamos o que Jesus conhecia da igreja de Éfeso?
1) Seu trabalho (no original significa se esgotar em prol do trabalho). A igreja de Éfeso era uma igreja empenhada na obra do Senhor até o ponto de se esgotarem.
2) Sua perseverança. Mesmo em meio a tanta resistência que havia em Éfeso contra cristianismo, eles perseveraram. Éfeso era uma cidade muito idólatra (templo de Diana) e que mexia com feitiçaria. Paulo disse que lobos vorazes sairiam do meio dos presbíteros em Éfeso. Era uma igreja que tinha problemas vindo de fora e de dentro e mesmo assim eles perseveraram.
3) Sua integridade. O texto diz que eles não suportavam o homem mau. O conhecimento da Palavra que tinham conferia  discernimento para testar as pessoas, saberem que eram más e rejeitá-las.
4) Seu abandono do primeiro amor. No verso 4 tem uma virada: eles abandonaram seu primeiro amor (original: deixaram cair o primeiro amor). Precisamos entender que apesar de Jesus nos amar, Ele não deixa de notar nossos erros. Não podemos honrá-lo em determinadas áreas, mas deixar algumas de fora. Ele quer que o agrademos de todas as formas. Se há uma área de sua vida que você sabe que não está certa, os olhos de fogo de Cristo a veem e Ele tem isso contra você! E o que é perder seu primeiro amor? Perder nosso primeiro amor é quando Jesus não é mais tão precioso para nós. Saiba que o Senhor Jesus Cristo é um marido zeloso que quer o nosso amor. Ele demanda nosso amor e faz isso sob a ameaça de tirar o candelabro (a igreja) do meio de nós. Isso é sério! Jesus Cristo é sério sobre nosso amor para com Ele. É maravilhoso pensar que o nosso amor por Jesus é assim tão importante para Ele.
Todo cristão que já caminhou boa parte da jornada já passou por tempos de sequidão. Então, o que fazer quando deixamos o primeiro amor? O texto nos dá um remédio de 3 passos: (1) relembre-se, (2) arrependa-se e (3) retorne.
1) Relembre-se
Muito da vida cristã é vivida na mente (Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra – Colossenses 3:2 | Nós temos a mente de Cristo – 1 Coríntios 2:16). Precisamos ser um povo pensante. É por isso que doutrina é importante – ela enche nossa mente com coisas certas para pensarmos. Então, o que Jesus nos chama a pensar? É pensar especificamente onde estávamos, não doutrinariamente ou em questões de maturidade, mas as afeições que tínhamos por Cristo. Apesar de todos defeitos que tínhamos quando nos convertemos nós tínhamos uma comunhão deliciosa com Cristo. Você consegue se lembrar quando Ele sussurrou para você: “os seus pecados, apesar de muitos, foram perdoados”. Irmãos e irmãs, você se lembra da alegria da comunhão com Cristo?
2) Arrepender-se
Precisamos reconhecer que perdemos o primeiro amor e, depois, nos achegarmos a Cristo e nos arrependermos. Arrependimento é uma questão do coração. É uma questão de afeições espirituais e não de atividades (na igreja). A igreja de Éfeso trabalhava duramente, mas mesmo assim Cristo afirmou ter largado o primeiro amor. Você pode estar lotado de atividades e mesmo assim não estar amando a Cristo plenamente.
3) Retorne
E a pergunta final, como volto? Pense: O que é importante para um relacionamento íntimo de amor? Tempo junto! Você sabe porque nosso amor esfria? Por causa dos cuidados deste mundo! Por causa da busca das coisas deste mundo que reduzem nosso tempo com Cristo! Você tem separado tempo para estar só com o Senhor? Nada além de mergulhar nas Escrituras e encontrar-se com Cristo? Deixar de lado as distrações e conhecer a Cristo. Deixe tudo que entristece a Cristo, tudo que está entre você e Cristo e o busque! Aproveite o tempo que você está dirigindo para conversar com o Senhor. Cada momento, esteja em comunhão com Ele. Deixe tudo que o distraí, inclusive a comida, jejue e busque o seu Cristo. Pode ser que no começo o primeiro amor não volte, mas ele virá! Irmãos, lembrem-se da igreja de Éfeso. Lute para estar próximo de Cristo! Ataque as coisas que o distraem de Cristo, mesmo que sejam coisas boas. Não deixe nada tirar você da intimidade de Cristo.
Lute por seu amor por Cristo. Seja uma pessoa de oração e jejum! Aquilo que acaba com nosso relacionamento com Cristo é o pecado não arrependido. Se não tratarmos imediatamente esse pecado, ele nos levará a esfriar gradativamente na fé. Lute por seu amor por Cristo.

8 de jun. de 2012

Afinal, o que está errado com a teologia da prosperidade?


Apesar de até o presente só ter melhorado a vida dos seus pregadores e fracassado em fazer o mesmo com a vida dos seus seguidores, a teologia da prosperidade continua a influenciar as igrejas evangélicas no Brasil.

Uma das razões pela qual os evangélicos têm dificuldade em perceber o que está errado com a teologia da prosperidade é que ela é diferente das heresias clássicas, aquelas defendidas pelos mórmons e "testemunhas de Jeová" sobre a pessoa de Cristo, por exemplo. A teologia da prosperidade é um tipo diferente de erro teológico. Ela não nega diretamente nenhuma das verdades fundamentais do Cristianismo. A questão é de ênfase. O problema não é o que a teologia da prosperidade diz, e sim o que ela não diz.
  • Ela está certa quando diz que Deus tem prazer em abençoar seus filhos com bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que qualquer bênção vinda de Deus é graça e não um direito que nós temos e que podemos revindicar ou exigir dele. 
  • Ela acerta quando diz que podemos pedir a Deus bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que Deus tem o direito de negá-las quando achar por bem, sem que isto seja por falta de fé ou fidelidade de nossa parte.
  • Ela acerta quando diz que devemos sempre declarar e confessar de maneira positiva que Deus é bom, justo e poderoso para nos dar tudo o que precisamos, mas erra quando deixa de dizer que estas declarações positivas não têm poder algum em si mesmas para fazer com que Deus nos abençoe materialmente.
  • Ela acerta quando diz que devemos dar o dízimo e ofertas, mas erra quando deixa de dizer que isto não obriga Deus a pagá-los de volta.
  • Ela acerta quando diz que Deus faz milagres e multiplica o azeite da viúva, mas erra quando deixa de dizer que nem sempre Deus está disposto, em sua sabedoria insondável, a fazer milagres para atender nossas necessidades, e que na maioria das vezes ele quer nos abençoar materialmente através do nosso trabalho duro, honesto e constante.
  • Ela acerta quando identifica os poderes malignos e demônicos por detrás da opressão humana, mas erra quando deixa de identificar outros fatores como a corrupção, a desonestidade, a ganância, a mentira e a injustiça, os quais se combatem, não com expulsão de demônios, mas com ações concretas no âmbito social, político e econômico.
  • Ela acerta quando diz que Deus costuma recompensar a fidelidade mas erra quando deixa de dizer que por vezes Deus permite que os fiéis sofram muito aqui neste mundo. 
  • Ela está certa quando diz que podemos pedir e orar e buscar prosperidade, mas erra quando deixa de dizer que um não de Deus a estas orações não significa que Ele está irado conosco. 
  • Ela acerta quando cita textos da Bíblia que ensinam que Deus recompensa com bênçãos materiais aqueles que o amam, mas erra quando deixa de mostrar aquelas outras passagens que registram o sofrimento, pobreza, dor, prisão e angústia dos servos fiéis de Deus.
  • Ela acerta quando destaca a importância e o poder da fé, mas erra quando deixa de dizer que o critério final para as respostas positivas de oração não é a fé do homem mas a vontade soberana de Deus.
  • Ela acerta quando nos encoraja a buscar uma vida melhor, mas erra quando deixa de dizer que a pobreza não é sinal de infidelidade e nem a riqueza é sinal de aprovação da parte de Deus. 
  • Ela acerta quando nos encoraja a buscar a Deus, mas erra quando induz os crentes a buscá-lo em primeiro lugar por aquelas coisas que a Bíblia constantemente considera como secundárias, passageiras e provisórias, como bens materiais e saúde. 
A teologia da prosperidade, à semelhança da teologia da libertação e do movimento de batalha espiritual, identifica um ponto biblicamente correto, abstrai-o do contexto maior das Escrituras e o utiliza como lente para reler toda a revelação, excluindo todas aquelas passagens que não se encaixam. Ao final, o que temos é uma religião tão diferente do Cristianismo bíblico que dificilmente poderia ser considerada como tal. Estou com saudades da época em que falso mestre era aquele que batia no portão da nossa casa para oferecer um exemplar do livro de Mórmon ou da Torre de Vigia...

Fonte: [O Tempora, O Mores]

Refutação Bíblica a palavra do Silas Malafaia sobre "Uma Vida de Prosperidade"




Recentemente, o tele-pastor Silas Malafaia veio a público desafiar os "blogueiros, críticos de meia-tigela e sites de bandidos travestidos de evangélicos... quem planta notícia em internet, invejosos, caluniadores..." [1], a mostrar biblicamente onde é que se encontram as falhas teológicas de sua pregação sobre a teologia da prosperidade, que “ele prega e crê” [2].

Talvez o título dessa postagem fosse mais conveniente com a frase: Ensinando Silas Malafaia a deixar a colher e comer de garfo! Seria uma resposta a própria afirmação dele de que, quem o critica “come de colher e quer ensiná-lo a comer de garfo”. Porém, não posso deixar de lado o que a Bíblia diz em 1 Pedro 3.14-17: 

“Ora, quem é que vos há de maltratar, se fordes zelosos do que é bom? Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem aventurados sois, Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados, Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pede razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo, porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal.” (negrito meu)


É de conhecimento de todos que, há alguns anos o tele-pastor desvirtuou-se de sua posição clássica contrária aos modismos e heresias, inclusive que ele mesmo criticava e condenava [3], para aderir à perniciosa teologia da prosperidade. Com isso, o mesmo vem promovendo uma série de distorções bíblicas e heresias gravíssimas, além de abrir a porta para pregadores heréticos da tal teologia mercantilista vindos de outros países. Basta pesquisar aqui no blog para constatar que existem inúmeros artigos de refutação e denúncias das práticas anti-bíblicas de Silas. Inclusive, destaco um ótimo resumo crítico que foi publicado recentemente no Púlpito Cristão, no qual você pode ver aqui!



Embora Silas Malafaia tenha feito o desafio com um tom ofensivo de deboche e covardia, eu farei a refutação de sua palavra supra-citada não pelo desafio em si, mas pelo dever em defender o evangelho, aja visto ter detectado em sua pregação várias distorções bíblicas e conclusões errôneas feitas pelo tele-pastor, referentes ao que ele defende. Portanto, para ser mais direto e categórico, vou me conter em refutar somente a pregação do Silas Malafaia neste programa específico, onde ele desafia os blogueiros (dos quais incluo-me).

A primeira parte de sua pregação - com base na teologia da prosperidade - denominada “uma vida de prosperidade”, foi ao ar no último sábado, dia 2 de maio de 2012. Veja abaixo:


Em sua pregação, para começar ele cita três pontos que serão abordados: o que é a oferta, características de um ofertante e o resultado na vida do ofertante. Silas utiliza 2Co 9.1-15 de uma maneira desconexa e fragmentada, utilizando somente de alguns versículos desta passagem para fazer a sua defesa da teologia da prosperidade, algo normal de uma pessoa que prega tal conceito, pois não há o costume de utilizar uma pregação expositiva equilibrada. Ele ainda afirma que esta passagem é o “melhor compêndio no Novo Testamento sobre o assunto". 

Porém, ao sair do círculo fechado e fragmentado que Silas arma em torno de 2Co 9.1-15, afirmando a prosperidade financeira como recompensa para todos os crentes que ofertam, não tem como ignorar todo o contexto bíblico que trata de dinheiro, principalmente as passagens que afirmam o contrário do que Silas defende. Como harmonizar, por exemplo, a sementeira e a colheita de 2Co 9 com esta outra passagem que diz “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” (I Tm 6.8-10, ARA) ? 

O que dizer então das palavras do Mestre: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão! Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” (Mt 6.19-24, ARA ) ?

Enquanto uma passagem supostamente afirma (segundo Silas) que podemos ofertar com a promessa de prosperidade financeira plena, outras afirmam exatamente o contrário, que não devemos enfatizar a prosperidade financeira! Tem alguma coisa errada aí! Será que Silas Malafaia está pregando algo correto à luz do contexto bíblico? Será que Deus ficaria preso na condição de obrigação em recompensar financeiramente quem oferta?

2Co 9.1-15 pode ser o “melhor compêndio” sobre o assunto conforme ele afirma, porém não é o único, principalmente no Novo Testamento! Não se pode interpretar uma passagem isolada de outras que tratam do mesmo assunto (regra básica de hermenêutica).

Quando desfragmentamos os versículos isolados que Silas utiliza e analisamos a luz do contexto imediato desta passagem, veremos facilmente que o foco de Paulo não é a prosperidade financeira para os crentes em resposta ao ato de ofertar, mas sim a necessidade de ajudar financeiramente - com alegria e deliberadamente - os irmãos mais pobres. Paulo usa como exemplo aos Coríntios (uma igreja com membros financeiramente estáveis) de como os irmãos macedônios foram generosos nas ofertas enviadas à igreja de Jerusalém. Mesmo com sérias limitações financeiras (profunda pobreza, 2Co 8.2) eles tiveram alegria em ajudar os irmãos pobres. Este exemplo deve ser aplicado a nós nos dias de hoje com total significância. Porém, não com o objetivo de barganhar com Deus, esperando algo em troca.

Uma pergunta que devemos fazer: será que as ofertas e desafios financeiros que, tanto Silas Malafaia, quanto os demais tele-pastores fazem em seus programas são destinados aos pobres da Igreja? Não, pois eles categoricamente afirmam qual é o destino do dinheiro doado em suas coletas: sustentar os programas de TV (valores milionários), viagens nacionais e internacionais, mega-cruzadas caríssimas, jatinho particular etc. Posso estar errado, mas eu nunca vi Silas fazendo um desafio financeiro para ajudar os pobres da Igreja. 

Continuando a análise ao vídeo, Silas comete outro erro grave: ao citar 2Co 9.4, ele afirma que “a oferta tem sólida base no mundo espiritual”. Para chegar a esta conclusão, ele utiliza a tradução bíblica Almeida Corrigida Fiel onde diz na parte final “...firme fundamento de glória”[4]. Porém, ao analisar melhor outras traduções da bíblia (inclusive o grego original), bem como o contexto direto (vs 1 a 4), veremos exatamente o que Paulo afirma: “Não tenho necessidade de escrever-lhes a respeito dessa assistência aos santos. Reconheço a sua disposição em ajudar e já mostrei aos macedônios o orgulho que tenho de vocês, dizendo-lhes que, desde o ano passado, vocês da Acaia estavam prontos a contribuir; e a dedicação de vocês motivou a muitos. Contudo, estou enviando os irmãos para que o orgulho que temos de vocês a esse respeito não seja em vão, mas que vocês estejam preparados, como eu disse que estariam, a fim de que, se alguns macedônios forem comigo e os encontrarem despreparados, nós, para não mencionar vocês, não fiquemos envergonhados por tanta confiança que tivemos.”(NVI, grifo meu)

Portanto, concluímos facilmente duas coisas: primeiro, que não se deve fazer uma exegese profunda em um texto bíblico considerando somente uma tradução da bíblia; segundo, que a passagem em si não há, absolutamente, nada de super sobrenatural como Silas afirma, mas a passagem narra a demonstração de confiança e orgulho que Paulo tinha pelos crentes de Corinto, na certeza dos mesmos ajudarem através das ofertas os irmãos pobres da Judéia, conforme fizeram os irmãos da Macedônia. 

Mais um erro teológico de Silas: Ele cita, estranhamente de forma fragmentada parte de 2Co 9.5, onde diz “...e preparassem de antemão a vossa bênção” [negrito meu], afirmando que a palavra “benção” nesta passagem significa “um meio de receber favor Divino e meio de felicidade”. Ou seja, segundo Silas, em resposta a oferta haverá uma ação direta de Deus em abençoar os ofertantes! Isto é uma distorção forçada do texto, pois no contexto direto a palavra bençãoestá direcionada a uma ação direta dos ofertantes aos que receberiam as ofertas! Embora reconheça que Deus pode, segundo a vontade Dele, abençoar a vida financeira de quem ajuda, não é o que este versículo em si afirma. Os “abençoados” são os que recebem as ofertas e não os que ofertam!

Veja a mesma passagem em outra tradução: “...concluam os preparativos para a contribuição que vocês prometeram. Então ela estará pronta como oferta generosa, e não como algo dado com avareza.” (NVI, negrito meu) No original grego, a palavra utilizada é eulogia (benção), empregada neste contexto como"generosidade" [5]. Lembrando que o significado da palavra “benção” é variável, no caso desta passagem se enquadra na definição de “expressão ou gesto com que se abençoa. Benefício, favor especial.” [6]

Continuando, Silas cita 2Co 9.10 “Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça”, afirmando que Deus nos dá a semente para ofertar. Está correto! Afinal, Deus é o provedor de tudo, o homem não dá do que é propriamente seu, e sim daquilo que Deus lhe tem dado (veja At 17.25). Mas, para quê serve esta semente que Deus nos dá? Para sustentar ministérios milionários de tele-pastores que cada vez mais ficam ricos para esbanjar “prosperidade”, em troca de uma suposta benção financeira sobrenatural? Não! 

A semente que provém de Deus é para ajudar os pobres da igreja para que todos sejam abençoados e Deus seja glorificado! Veja o contexto direto no versículo 9: “Como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre” (ACF, negrito meu), uma citação que Paulo faz de Salmos 112.9 para mostrar que a generosidade à quem precisa é característica de todo Cristão. Deus abençoa a nossa vida para “aumentar os frutos da nossa justiça”(vs9), para “toda a generosidade”(vs11) e para “suprir as necessidades dos santos” (vs10). Ou seja, Deus pode, segundo a vontade Dele, prover em nossas vidas quando ajudamos os pobres da Igreja, principalmente para aumentar a possibilidade desta ajuda continuar cada vez mais: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1Jo 3.16-17, ARA)

Mais um erro de Silas: Ele cita parte do VS 12 “...porque a administração deste serviço”, para afirmar que a oferta é um serviço para Deus. Logo em seguida, ele cita 1Co 15.58 que diz “que o nosso trabalho não é em vão” para afirmar que, se é um trabalho, Deus vai recompensar. Ainda cita Jr 21.14 que diz “o Senhor recompensará a cada um segundo o fruto das tuas ações”. E termina afirmando que: “se a oferta é um serviço para Deus, Ele vai nos recompensar da mesma forma que alguém trabalha e tem que receber salário.”

Errado Pr. Silas! O contexto de 1Co 15.58 em nenhum momento é formalizado um contrato de trabalho entre nós e Deus com promessa de honorários financeiros, muito pelo contrário, fala da esperança que os Coríntios deveriam ter no dia da ressurreição para continuarem perseverando na fé, mesmo sob ensinos falsos e várias tentações, sabendo que os esforços para o serviço à Deus nunca será em vão (veja Is 65:17-25). 

Segue o contexto direto da passagem em questão: “Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção. Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?  O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.” [1Co 15.50-58, ACF, negrito meu]. 

E sobre Jeremias 21.14, veja o que diz: “Eu vos castigarei segundo o fruto das vossas ações, diz o SENHOR; e acenderei o fogo no seu bosque, que consumirá a tudo o que está em redor dela.” O texto fala de castigo e não de recompensa financeira! Que distorção bíblica grosseira Pastor Silas!

Dando continuidade na análise do vídeo, Silas agora discorre para os resultados na vida de um ofertante. Logo de cara ele afirma que “Deus trabalha com a lei da recompensa”. Para tal afirmativa, ainda divide esta lei em “5 leis que funcionam na vida de um ofertante”. Chamo a atenção para algo gravíssimo: colocar a condição de lei para Deus é neutralizar a onisciência Dele! É afirmar que Deus trabalha somente em troca do nosso dinheiro! Afinal, se temos que cumprir esta lei, Deus também tem o dever de cumpri-la. Estaria Deus amarrado em uma condição humana?

Para a 1ª lei, Silas utiliza 2Co 9.6 afirmando a “lei da semeadura”: “E digo isto: o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância também ceifará.” Esta passagem está em conexão com todo o contexto direto, no qual já tratamos nesse artigo (veja explicação acima sobre os versos 9 e 10). 

Se esta suposta lei da semeadura financeira funcionasse como Silas afirma, porque existem cristãos pobres que precisam de ajuda da própria Igreja? Falta de fé para ofertar o que não tem? Porque então Paulo organizou esta coleta de ofertas aos Pobres da Judeia, ao invés de fazer um desafio financeiro para eles serem abençoados com a lei da semeadura? Inclusive o próprio Paulo passou por muitas necessidades ( Fp 4.10-20, 2Co 11.27). Porque Jesus se fez pobre durante seu ministério na terra (2 Co 8.9) não tendo sequer aonde reclinar a cabeça (Mt 8.20)? Porque Jesus também disse que dificilmente entraria um rico no reino dos Céus (Mt 19.23-24), e ainda disse para não juntar tesouros na terra, mas no Céu (Mt 6.19-24)? Estaria Paulo pregando uma teologia contrária à Bíblia e entrando em contradição consigo próprio? Claro que não! A teologia contrária a Bíblia é a que Silas Malafaia tenta defender sem êxito.

Paulo cita esta metáfora baseada na vida agrícola para mostrar que, aquilo que é doado nunca se perde, é semeado. Embora Deus, às vezes, proveja uma colheita generosa no terreno físico, principalmente para aumentar as possibilidades de ajuda aos pobres da Igreja, esse não é o padrão e nem é a promessa do Novo Testamento, muito pelo contrário, veja: 2 Co 8:9, 11:27, Lc 6:20-21, 24:25, Tg 2:5.

Tentando justificar a demora na “colheita” de muitos, Silas ainda faz uma analogia entre o tempo de cumprimento da “lei da semeadura” com as sementes de frutas naturais. Dentre várias frutas, ele cita tamarindo, uma fruta que demora até 60 anos para começar a dar frutos. Com isso, ele justifica que pode demorar muito para alguém receber o pagamento da tal “lei da semeadura”. Ou seja, o que você ofertar, talvez nem receba de Deus nesta vida. Na verdade, trata-se da famosa "desculpa espiritual" dos adeptos da teologia da prosperidade para os que não receberam a sua colheita, mesmo depois de ofertar. Engraçado que na hora dos desafios televisivos é exaustivamente enfatizado que Deus vai nos abençoar, que vamos colher cem vezes mais, que vamos ter uma vida próspera, que vamos pagar nossas contas e ter prosperidade em abundância etc.

Na 2ª lei, Silas cita 2 Co9.7 onde diz “...porque Deus ama a quem dá com alegria”, o que seria a “lei do amor de Deus sobre o ofertante”. Logo após, solta uma pérola histórica: “você não vê Deus usando essa palavra de amor pra salvação” E ainda pede para avisá-lo se alguém souber de outra passagem bíblica que utiliza esta expressão de amor de Deus, pois ele não sabe de tudo da Bíblia. 

Sinceramente, alguém que faz tal afirmação deixa-me mais desconfiado ainda do quanto a pessoa é desprovida de conhecimento Bíblico, veja: Jo 3.16 “PorqueDeus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito para que todo que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (negrito meu) Leia também 1Jo 4.9 e Rm 5.8. 

A 3ª lei, segundo Silas, consta no versículo 8, onde diz: “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra,”(ARA) o que seria a “lei total do favor de Deus, a graça”. Silas afirma – corretamente – que a graça é o favor imerecido, benevolente e amoroso de Deus para o homem. Mas comete um erro gravíssimo afirmando que “a oferta chama a graça de Deus para nós”. Ora, se a graça é um favor imerecido, como pode ser merecido ao mesmo tempo? 

Para piorar, segundo este pensamento Silas afirma que através da oferta nós podemos obter soluções de problemas emocionais, curas e soluções de problemas financeiros. Enfim, erros gravíssimos e infantis que nem um aluno novo de Escola Bíblica dominical confunde.

O versículo em questão não dá margem para esta interpretação incorreta. No verso 8 diz que Deus pode nos abençoar para sermos um instrumento de sua graça, fazendo que tenhamos o suficiente para continuar ajudando os pobres. Quando os santos carentes recebem uma generosa doação de outros crentes, eles reconhecem que Deus é a fonte da generosidade, reconhecendo o dom inefável de Deus (vs 15). E assim eles respondem com ações de graças e louvor a Deus por Sua graça em suas vidas (v. 11). E isto acontece segundo a vontade Dele e não por nosso merecimento. Nós não merecemos e nunca vamos merecer a graça Dele, é Ele quem nos ama e nos concede a sua graça, segundo o Seu querer.

A 4ª lei que Silas cita, segundo 2Co 9.9 é a “lei da multiplicação”, que na verdade é o mesmo que a “lei da semeadura”. Ou seja, a refutação para a 1ª lei serve para esta 4ª lei também.

Enfim, a 5ª lei. Silas cita o verso 11 que diz “para que tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus”, para fundamentar a “lei da abundância”. Com isso, Silas afirma que Deus é um Deus de sobra, sem mesquinharia. 

Obviamente, ele utiliza este argumento para justificar a suposta abundância da teologia da prosperidade. Mas, ao contrário que ele afirma, o que esta passagem mostra é que, quando Deus nos dá uma provisão financeira, mesmo sendo com sobras, não é para o proveito próprio, e sim para ser usada em generosidade aos necessitados, para a glória de Deus. O versículo é claro quando afirma “...para toda a beneficência”(ACF), “para toda generosidade”(ARA). Veja como viviam os convertidos naquela época: “Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.” (At 2.44-45, ARA) Este conceito de abundância financeira é, de fato, o mais claro sinal de avareza na vida de alguém: “Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Mt 12.15, ARA)

Silas ainda cita exemplos do que aconteceu com Adão e Eva no jardim do Éden e a prosperidade de Abraão para afirmar que Deus fará o mesmo com quem ofertar. Isto é um absurdo! Afinal, estes são casos isolados em que Deus agiu com um propósito específico e exclusivo para cumprir os seus planos! Por exemplo: não é porque Deus sustentou o povo no deserto enviando o maná dos céus (Ex 16:35) que ele fará o mesmo hoje da mesma forma conosco. Vai deixar de trabalhar esperando o maná para ver o que acontece!

Para terminar, mostro na Bíblia a verdadeira prosperidade para o Cristão:
"Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia; porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários". (2Co 8.1-3). 
Antigamente, Silas Malafaia concordava que esta passagem nos mostra a verdadeira prosperidade bíblica, veja o que ele disse muitos anos atrás: "Os pobres da Macedônia dividiram o pouco que tinham com os pobres da Judeia. Isto é prosperidade. Prosperidade é você compartilhar com o outro... é viver bem com aquilo que Deus tem te dado... é mesmo você tendo pouco, você ainda tem forças e capacidade de ajudar alguém que está pior do que você." [7]

Fico na esperança de que esse artigo sirva de alerta para todos aqueles que ainda acreditam na teologia da prosperidade, onde infelizmente nos últimos anos muita gente se corrompeu, contaminando-se nas heresias importadas da teologia de Mamon. 

Espero de coração que Silas Malafaia se arrependa verdadeiramente, voltando ao evangelho puro e verdadeiro. Não existe nada mais nobre para um Cristão do que assumir sua condição de pecador e humildemente reconhecer os seus erros para nunca mais praticá-los.

Soli Deo Gloria! 

Ruy Marinho
Fonte: [ Bereianos ]


Notas:
1 – Vídeo onde Silas Malafaia faz o desafio aos blogueiros e sites de notícias com palavras ofensivas: Clique aqui p/ ver!
2 – Idem.
3 – Como a teologia de Malafaia mudou radicalmente em alguns anos: Clique aqui p/ ver!
4 – A Almeida Corrigida e Fiel é baseada no Textus Receptus (ou texto majoritário), onde a interpretação bíblica segue o método de equivalência formal (literal-gramatical-histórico) das palavras nos originais da Bíblia. Sendo assim, há muitas palavras de difícil entendimento devido à literalidade da tradução. Neste caso, é necessária a análise do contexto direto para um claro entendimento, bem como a leitura de outras versões da bíblia em paralelo. Para mais informações, veja aqui.
5 - GINGRICH, F. W.; DANKER, F. W. Léxico do N.T. grego/português. São Paulo: Vida Nova, 2003. pág. 88.
7 - Idem a nota 3.


Fonte: [Bereianos]
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