23 de nov. de 2010

Prosseguindo em Conhecer – C. H. Spurgeon


Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR.
Oséias 6.3

Não aprendemos tudo imediatamente; é por passos que temos de alcançar o conhecimento das coisas espirituais. Nosso dever é perseverar e aprender pouco a pouco. Não precisamos desesperar-nos, embora nosso progresso seja lento, pois ainda saberemos mais. O Senhor, que se tornou nosso Mestre, não desistirá de nós, sem importar-se com a lentidão de nosso entendimento das coisas espirituais; pois a frustração de sua habilidade por intermédio de qualquer tolice humana não traz glória para Ele. O Senhor se deleita em tornar sábios os simples.

Nosso dever é nos mantermos fiéis ao principal assunto deste versículo e prosseguirmos em conhecer, não esta ou aquela doutrina em especial, e sim o próprio Senhor Jeová. Conhecer o Deus triúno — o Pai, o Filho e o Espírito Santo — nisso consiste a vida eterna. Perseveremos em conhecê-Lo, pois dessa maneira obteremos instrução completa. Prosseguindo em conhecer o Senhor, aprendemos a receber cura depois de termos sido feridos, estamos prontos a receber ataduras depois de havermos sido quebrantados e a obter a vida depois da morte. A perseverança tem sua ação completa quando o coração segue os passos do Senhor todo-poderoso.

Ó minha alma, permanece bem próxima a Jesus, prossegue em conhecer a Deus na pessoa de Cristo e, deste modo, virás ao conhecimento dEle mesmo, que é o mais excelente de todos os conhecimentos. O Espírito Santo te guia¬rá a toda verdade. Este não é o seu gracioso ofício? Confia nEle para realizá-lo.

Fonte: [C.H.Spurgeon]

22 de nov. de 2010

Ele Vive!! – C. H. Spurgeon



Eu sei que o meu Redentor vive - Jó 19.25

O âmago da consolação de Jó estava na pequena palavra "meu" — "meu Redentor" — e no fato de que o Redentor vive. Oh! que você se apegue ao Cristo vivo! Precisamos pertencer a Ele antes de podermos desfrutar dEle. Que bem o ouro me faz enquanto estiver na mina? O ouro em minha carteira é o que satisfará minhas necessidades; então poderei comprar o pão que preciso. De que serviria um Redentor que não me redime ou um Vingador que não se levanta por mim? Não se contente até que, pela fé, você possa dizer: "Sim, eu me lanço nos braços do meu Senhor vivo; Ele é meu". Pode ser que você esteja ligado a Ele por um fraco abraço. Talvez você pense que seja presunção dizer: "Ele vive como meu Redentor". No entanto, lembre-se de que, se tiver fé como um grão de mostarda, esta pequena fé lhe dará o direito de fazer tal declaração. Entretanto, neste versículo, existe outra palavra que expressa a imensa confiança de Jó — "Eu sei". Dizer: "Eu espero", "eu creio" é fácil; e, no rebanho de Cristo, existem milhares de crentes que raramente vão além dessas afirmações. Todavia, para obter a essência da consolação, você precisa dizer: "Eu sei".

As palavras "se" e "mas" são os assassinos da paz e da consolação do crente. As dúvidas são elementos sombrios em épocas de aflição. Como vespas, elas picam a alma. Se eu tenho qualquer suspeita de que Cristo não é meu, então, existe o vinagre misturado com o fel da morte. Contudo, se estou certo de que Jesus vive para mim, as trevas deixam de ser trevas; até a noite torna-se luz ao meu redor. Com certeza, se Jó, nas eras anteriores à vinda e ao advento do Senhor, pôde afirmar: "Eu sei", não podemos falar com menor convicção. Não permita Deus que nossa confiança seja presunção. Que nossas evidências sejam retas, a fim de que não construamos em esperança infundada. Depois, não estejamos satisfeitos com o mero alicerce, pois é dos quartos do segundo piso que temos a visão mais ampla. Um Redentor vivo, genuinamente meu, é um gozo indescritível.

Fonte: [C.H. Spurgeon]

19 de nov. de 2010

Universidade Mackenzie: Em Defesa da Liberdade de Expressão Religiosa


A Universidade Presbiteriana Mackenzie vem recebendo ataques e críticas por um texto alegadamente “homofóbico” veiculado em seu site desde 2007. Nós, de várias denominações cristãs, vimos prestar solidariedade à instituição. Nós nos levantamos contra o uso indiscriminado do termo “homofobia”, que pretende aplicar-se tanto a assassinos, agressores e discriminadores de homossexuais quanto a líderes religiosos cristãos que, à luz da Escritura Sagrada, consideram a homossexualidade um pecado. Ora, nossa liberdade de consciência e de expressão não nos pode ser negada, nem confundida com violência. Consideramos que mencionar pecados para chamar os homens a um arrependimento voluntário é parte integrante do anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. Nenhum discurso de ódio pode se calcar na pregação do amor e da graça de Deus.

Como cristãos, temos o mandato bíblico de oferecer o Evangelho da salvação a todas as pessoas. Jesus Cristo morreu para salvar e reconciliar o ser humano com Deus. Cremos, de acordo com as Escrituras, que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Somos pecadores, todos nós. Não existe uma divisão entre “pecadores” e “não-pecadores”. A Bíblia apresenta longas listas de pecado e informa que sem o perdão de Deus o homem está perdido e condenado. Sabemos que são pecado: “prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, rivalidades, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias” (Gálatas 5.19). Em sua interpretação tradicional e histórica, as Escrituras judaico-cristãs tratam da conduta homossexual como um pecado, como demonstram os textos de Levítico 18.22, 1Coríntios 6.9-10, Romanos 1.18-32, entre outros. Se queremos o arrependimento e a conversão do perdido, precisamos nomear também esse pecado. Não desejamos mudança de comportamento por força de lei, mas sim, a conversão do coração. E a conversão do coração não passa por pressão externa, mas pela ação graciosa e persuasiva do Espírito Santo de Deus, que, como ensinou o Senhor Jesus Cristo, convence “do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8).

Queremos assim nos certificar de que a eventual aprovação de leis chamadas anti-homofobianão nos impedirá de estender esse convite livremente a todos, um convite que também pode ser recusado. Não somos a favor de nenhum tipo de lei que proíba a conduta homossexual; da mesma forma, somos contrários a qualquer lei que atente contra um princípio caro à sociedade brasileira: a liberdade de consciência. A Constituição Federal (artigo 5º) assegura que “todos são iguais perante a lei”, “estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença” e “estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”. Também nos opomos a qualquer força exterior – intimidação, ameaças, agressões verbais e físicas – que vise à mudança de mentalidades. Não aceitamos que a criminalização da opinião seja um instrumento válido para transformações sociais, pois, além de inconstitucional, fomenta uma indesejável onda de autoritarismo, ferindo as bases da democracia. Assim como não buscamos reprimir a conduta homossexual por esses meios coercivos, não queremos que os mesmos meios sejam utilizados para que deixemos de pregar o que cremos. Queremos manter nossa liberdade de anunciar o arrependimento e o perdão de Deus publicamente. Queremos sustentar nosso direito de abrir instituições de ensino confessionais, que reflitam a cosmovisão cristã. Queremos garantir que a comunidade religiosa possa exprimir-se sobre todos os assuntos importantes para a sociedade.

Manifestamos, portanto, nosso total apoio ao pronunciamento da Igreja Presbiteriana do Brasil publicado no ano de 2007 e reproduzido parcialmente, também em 2007, no site da Universidade Presbiteriana Mackenzie, por seu chanceler, Reverendo Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Se ativistas homossexuais pretendem criminalizar a postura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, devem se preparar para confrontar igualmente a Igreja Presbiteriana do Brasil, as igrejas evangélicas de todo o país, a Igreja Católica Apostólica Romana, a Congregação Judaica do Brasil e, em última instância, censurar as próprias Escrituras judaico-cristãs. Indivíduos, grupos religiosos e instituições têm o direito garantido por lei de expressar sua confessionalidade e sua consciência sujeitas à Palavra de Deus. Postamo-nos firmemente para que essa liberdade não nos seja tirada.

Este manifesto é uma criação coletiva com vistas a representar o pensamento cristão brasileiro. 
Para ampla divulgação.

18 de nov. de 2010

O Livro Perigoso


Fonte: [Youtube]


Fonte: [Youtube]
Via: [Vem ver Tv]

Três Razões pelas quais Cristo Sofreu e Morreu – John Piper



Romanos 6.1-14

I. Para que morramos para o pecado e vivamos para a justiça

“... carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça" 1 Pedro 2.24

Por mais estranho que pareça, a morte de Cristo em nosso lugar e por nós significa que nós morremos. Talvez alguém pense que ter um substituto para morrer em seu lugar significa que ele escapa da morte. É claro que escapamos da morte. Da morte eterna de miséria sem fim e separação de Deus. Jesus disse: "Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão" ao 10.28). "Todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente" ao 11.26). A morte de Jesus realmente significa que todo o que nele crê não perece, mas tem a vida eterna ao 3.16).

Mas existe outro sentido em que morremos precisamente porque Cristo morreu em nosso lugar e por nossos pecados. "Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados..." (lPe 2.24). Ele morreu para que vivamos; e morreu também para que morrêssemos. Quando Cristo morreu, eu, como crente em Cristo, morri com ele. A Bíblia é clara: "fomos unidos com ele na semelhança da sua morte" (Rm 6.5). "Um morreu por todos; logo, todos morreram" (2Co 5.14).

A fé é a evidência de que estamos unidos em Cristo dessa maneira profunda. Os crentes foram "crucificados com Cristo" (GI 2.20). Olhamos para trás, para sua morte, sabendo que na mente de Deus nós estávamos lá. Nossos pecados estavam sobre ele e a morte que merecíamos acontecia nele. O batismo significa essa morte com Cristo. "Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo" (Rm 6.4). A água é como um túmulo. recebê-la é um retrato da morte. Tê-Ia recebido é retrato de nova vida. E tudo isso é um retrato do que Deus está fazendo "pela fé". "Tendo sido sepultados com ele no batismo, fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos" (Cl 2.12).

Sendo assim, ser cristão significa morte para o pecado. O velho eu que amava o pecado morreu com Jesus. O pecado passa a ser como uma prostituta que não é mais bonita. Ela é quem matou o meu Rei e a mim mesmo. Assim, o crente está morto para o pecado, não é mais dominado por seus atrativos. O pecado, a prostituta que matou meu amigo, não tem mais apelo. Tornou-se meu inimigo.

Agora em novidade de vida sou movido pela justiça. "Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós... vivamos para a justiça" (1 Pe 2.24). A beleza de Cristo, que me amou e se entregou por mim, é o desejo de minha alma. E sua beleza é a justiça perfeita. O mandamento que agora amo obedecer é este (e eu o convido a atender comigo este mandamento): "... oferecei-vos a Deus, como ressuscitados dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça" (Rm 6.13).

II.      Para que morramos para a lei e frutifiquemos para Deus

"... meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus." Romanos 7.4

Quando Cristo morreu por nós, nós morremos com ele. Deus olhou para nós que cremos como quem está unido a Cristo. Sua morte por nossos pecados foi nossa morte nele. Mas o pecado não foi a única realidade que matou a Jesus e a nós. A lei de Deus também o fez. Quando quebramos a lei pelo pecado, a lei nos sentencia à morte. Se não houvesse lei, não haveria castigo. Onde não há lei, também não há transgressão (Rm 4.15). Mas "... tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus" (Rm 3.19).

Não havia como escapar da maldição da lei. Ela era justa e nós éramos culpados. Só havia um modo de nos libertar. Alguém tinha de pagar a pena. Foi para isso que veio Jesus. "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar" (Gl 3.13).

Sendo assim, a lei de Deus não pode nos condenar se estivermos em Cristo. Seu domínio sobre nós é duplamente quebrado. Por um lado, as exigências da lei foram cumpridas por Cristo em nosso favor. Ele guardou perfeitamente a lei e isso foi creditado em nossa conta. Por outro lado, a penalidade da lei foi paga pelo sangue de Cristo.

É por isso que a Bíblia ensina claramente que estar bem com Deus não é questão de guardar a lei. "Ninguém será justificado diante dele por obras da lei" (Rm 3.20). "O homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus" (G12.16). Não existe esperança de estar em paz com Deus por guardar a lei. A única esperança está no sangue e na justiça de Cristo, que é nossa somente pela fé. "Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei" (Rm 3.28).

Como, então, podemos agradar a Deus, se nos encontramos mortos para sua lei e ela não mais nos domina? A lei não é a expressão da boa e santa vontade de Deus? (Rm 7.12). A resposta bíblica é que, em vez de pertencermos à lei, que exige e condena, agora pertencemos a Cristo, que exige e concede. Anteriormente, a justiça nos era exigida do lado de fora, em letras escritas na pedra. Mas agora a justiça surge de dentro de nós como um desejo no nosso relacionamento com Cristo. Ele está presente e é real. Pelo seu Espírito ele nos auxilia em nossa fraqueza. Uma pessoa viva substituiu uma lista letal. "A letra mata, mas o espírito vivifica" (2Co 3.6).

Por essa razão a Bíblia diz que o novo caminho da obediência é frutificador, e não guardador da lei. "... meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus" (Rm 7.4).

III.     Para nos capacitar a viver para Cristo e não para nós mesmos

"Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória." João 17.24

"Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou." 2 Coríntios 5.15

Muitas pessoas se perturbam com a idéia de que Cristo morreu para exaltar a Cristo. Em sua essência, 2 Coríntios 5.15 diz que Cristo morreu para que vivamos por ele. Noutras palavras, ele morreu por nós para que nós o valorizemos muito. Ou seja, Cristo morreu para Cristo.

Ora, isso é verdade. Não é um jogo de palavras. A essência do pecado é que não conseguimos glorificar a Deus. Isso inclui não glorificar ao Filho (Rm 3.23). Mas Cristo morreu para levar sobre si esse pecado e nos livrar do mesmo. Ele carregou a desonra que havíamos amontoado sobre ele com nosso pecado. Ele morreu para dar a virada nisso. Cristo morreu para a glória de Cristo.

Cristo é único. Ninguém mais consegue agir dessa maneira e chamá-la de amor. Cristo é o único ser humano do universo que também é Deus, portanto, de valor infinito. Ele é de beleza infInita em toda a sua perfeição moral. É infinitamente sábio, justo, bom e forte. "Ele ... é o resplendor da glória e a expressão exata do ... Ser [de Deus], sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder" (Hb 1.3). Vê-Io e conhecê-lo satisfaz mais do que possuir todos os bens da terra.

Aqueles que o conheciam melhor disseram o seguinte:

"... o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo" (Fp 3.7,8).

"Cristo morreu para que vivêssemos por ele" não significa "para que o ajudássemos". [Deus] "não é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse" (At 17.25). Nem Cristo. "... pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mc 10.45). Cristo morreu, não para que pudéssemos ajudá-lo, mas para que o pudéssemos ver e prová-lo como de valor infinito. Morreu para nos desmamar dos prazeres venenosos e nos enlevar com os prazeres de sua beleza. Nisso somos amados e ele é honrado. Não são objetivos que competem entre si. São o mesmo.

Jesus disse aos seus discípulos que tinha de ir para que pudesse enviar o Espírito Santo, o Ajudador (Jo 16.7). Passou então a lhes dizer o que o Consolador faria quando viesse: "Ele me glorificará" (Jo 16.14). Cristo morreu e ressurgiu para que o víssemos e o glorificássemos. É essa a maior ajuda que existe no mundo. É amor. A oração mais repleta de amor feita por Jesus foi: "Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória" (Jo 17.24). Foi para isto que Cristo morreu. Isto é amor. Sofrer para nos conceder prazer eterno, ou seja, ele mesmo.

A Oração É para a Glória do Pai - John Piper


Jesus ensinou isso aos discípulos antes de partir. Ele disse-lhes: “Tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13). Em outras palavras, o propósito supremo da oração é que o Pai seja glorificado. O outro lado aparece em João 16.24. Jesus diz: “Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa.” O propósito da oração é que nossa alegria seja completa. A união dessas duas metas - a glória de Deus e a alegria de seu povo - é preservada no ato de orar.

O zelo que os apóstolos tinham na exaltação da suprema influência de Deus, em toda sua obra missionária, foi edificado sobre eles por Jesus. Em João 15.5 Jesus diz: "Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer." Portanto, somos real e totalmente ineficazes como missionários por nós mesmos. Podemos ter muitas estratégias, planos e esforços, mas o efeito espiritual para a glória de Cristo será nulo. De acordo com João 15.5, Deus não pretende que sejamos infrutíferos, mas que produzamos "muitos frutos". Por isso, ele promete fazer a nós e por nosso intermédio aquilo que não podemos por nós mesmos.

Como, então, glorificamos a ele? Jesus dá a resposta em João 15.7: "Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito." Oramos e pedimos a Deus para que ele faça por nós, por intermédio de Cristo, o que não podemos fazer por nós mesmos - frutificar. Então o versículo 8 mostra o resultado: "Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto." Então como Deus é glorificado pela oração? A oração é a admissão aberta de que, sem Cristo, nada podemos fazer. Ela é o desvio de nós próprios para Deus na confiança de que ele provera a ajuda que necessitamos. A oração humilha-nos como necessitados e exalta Deus como todo-suficiente.

Eis por que o empreendimento missionário avança por meio da oração. A finalidade principal de Deus é glorificar-se. ele fará isso no triunfo soberano do seu propósito missionário de que as nações o adorem. Ele garantirá esse triunfo entrando na batalha e tornando-se o principal combatente. E ele fará esse compromisso evidente, por meio da oração, a todos os participantes. Porquanto a oração mostra que o poder é do Senhor. A abrangência de seu compromisso poderoso na batalha das missões torna-se evidente pela série de coisas pela qual a igreja ora em seu empreendimento missionário. Consideremos o espantoso alcance da oração na vibrante vida missionária da igreja primitiva. Quão grandemente Deus foi glorifiçado na amplitude da sua provisão!

O Fruto do Espírito - William Hendriksen



“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra tais coisas não existe lei” (Gálatas 5:22,23).

Talvez possamos dividir estes noves preciosos dons em três grupos, perfazendo três frutos e cada grupo. Se este for o correto — de forma alguma tem-se certeza! —, o primeiro grupo estaria referindo-se às qualidades espirituais mais básicas: amor, alegria, paz. O segundo grupo indicaria aquelas virtudes que se manifestam nas relações sociais. Pressupomos que considera os crentes em seus diversos contatos uns com os outros e com aqueles que não pertencem à comunidade cristã: longanimidade, benignidade, bondade. No último grupo, se bem que aqui há bastante espaço para divergência de opinião, o primeiro fruto poderia referir-se à relação dos crentes com Deus e sua vontade revelada na Bíblia: fidelidade ou lealdade. O segundo, presume-se, teria a ver com seu contato com os homens: mansidão. O último, à relação que cada crente tem consigo mesmo, ou seja, com seus próprios desejos e paixões: domínio próprio.



Encabeçando o primeiro grupo temos “o maior dos três maiores”, ou seja, o amor (1 Coríntios 13; Efésios 5:2; Colossenses 3:14). Para esta virtude, ver 5:6 e 5:13, acima. Não somente Paulo, mas também João estabelece prioridade a esta graça de abnegação (1 João 3:14; 4:8,19). E igualmente Pedro (1 Pedro 4:8). E assim eles estão seguindo o claro exemplo que lhes deu Cristo (João 13:1,34; 17:26). Apesar de que, assim como estas passagens o revelam, dificilmente seria legítimo limitar estritamente esta virtude tão básica ao “amor pelos irmãos”, todavia, por outro lado, no presente contexto (que fala de contendas, disputas e ciúmes, etc., ver também v.14) a referência pode muito bem ser especialmente a este afeto mútuo. Quando o amor se faz presente, a alegria não pode estar muito longe. Não nos disse o autor que o amor é o cumprimento da lei, e que fazer o que a lei de Deus manda traz deleite? (Salmos 119:16,24,35,47,70,174). Além disso, a verdade desta afirmação torna-se ainda mais clara quando se tem em mente que a capacidade para observar esta ordenança divina é um dom de Deus, sendo um elemento daquela maravilhosa salvação que em seu grande amor concedeu gratuitamente a seus filhos. Além disso, já que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Romanos 8:28), faz-se evidente que os crentes podem alegrar-se mesmo diante de circunstâncias as mais dolorosas, assim como Paulo mesmo comprovou muitas vezes (Atos 27:35; 2 Coríntios 6:10 “entristecidos, mas sempre alegres”; 12:9; Filipenses 1:12,12; 4:11; 2 Timóteo 4:6-8). Além do mais, sua alegria não é a deste mundo, que é uma diversão superficial e que fracassa em satisfazer as necessidades mais profundas da alma, mas a de Deus é uma “alegria indizível cheia de glória” (1 Pedro 1:8), e um antecipação da alegria radiante que está reservada para os seguidores de Cristo. A paz também é um resultado natural do exercício do amor, pois “grande paz têm os que amam a tua lei” (Salmos 119:165; cf. 29:11 ; 37:11; 85:8). Esta paz é a serenidade de coração, a porção de todos quantos, tendo sido justificados mediante a fé (Romanos 5:1), aspiram ser instrumentos nas mãos de Deus para fazerem que outros também possam compartilhar desta tranqüilidade. Portanto, o possuidor da paz torna-se também um promotor da paz (Mateus 5:9). Portanto, aquele que está realmente consciente desta grandiosa dádiva da paz, a qual recebeu de Deus como resultado da amarga morte de Cristo na cruz, envidará todo esforço para “preservar — dentro da comunidade cristã — a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Efésios 4:3).

A menção da paz é, por assim dizer, um liame natural entre o primeiro e o segundo grupo, porquanto esta virtude é com freqüência contrastada com as contendas entre os homens, e porque este segundo grupo descreve aquelas virtudes que os crentes revelam em seus contatos entre si e com os demais homens. O primeiro dos frutos do Espírito mencionados neste segundo grupo é a longanimidade. Ela caracteriza a pessoa que, em relação àqueles que a aborrecem, se lhe opõem ou a molestam, exerce a paciência. Ela se recusa a entregar-se à paixão ou às explosões de ira. A longanimidade ou paciência não é apenas um atributo humano, mas também divino, visto que o mesmo é atribuído a Deus (Romanos 2:4; 9:22) e a Cristo (1 Timóteo 1:16), bem como ao homem (2 Coríntios 6:6; Efésios 4:2; Colossenses 3:12,13; 2 Timóteo 4:2). Como atributo humano, é inspirado pela confiança de que Deus cumprirá suas promessas (2 Timóteo 4:2,8; Hebreus 6:12). Os gálatas necessitavam muitíssimo de que se pusesse ênfase nesta virtude, já que eles, como já vimos, provavelmente estavam se dividindo pelas contendas e por um espírito partidário. Por outro lado, a longanimidade é uma grande arma contra a hostilidade do mundo em sua atitude para com a igreja. De mãos dadas com essa virtude está a benignidade. Esta é suave e terna. Os primeiros cristãos se recomendavam por meio dela (2 Coríntios 6:6). Este fruto, tal como exercido pelos crentes, nada mais é do que um pálido reflexo da benignidade primordial manifestada por Deus (Romanos 2:4; cf. 11:22). Além disso, somos admoestados a tornar-nos como Ele neste aspecto (Mateus 5:43-48; Lucas 6:27-38). Os Evangelhos contêm numerosas ilustrações da benignidade que Cristo demonstrou para com os pecadores. Para mencionar apenas algumas, ver Marcos 10:13-16; Lucas 7:11-17, 36-50; 8:40-56; 13:10-117; 18:15-17; 23:34; João 8:1-11; 19:25-27. A virtude que completa este grupo é a bondade, que é a excelência moral e espiritual, em todos os aspectos, criada pelo Espírito. No presente contexto, visto que é mencionada depois da benignidade, se refere especialmente à generosidade de coração e de ações.

Finalmente, o apóstolo menciona as três graças que concluem todo o sumário. Primeiro está a fidelidade. O termo como usado no original com freqüência se traduz corretamente pela palavra fé. Todavia, uma vez que aqui aparece depois de “benignidade” e “bondade”, parece ser mais correto traduzir-se por “fidelidade”. O seu significado é lealdade, fidelidade. Uma vez que nesta mesma carta Paulo se queixa da falta de fidelidade para com ele, o que foi demonstrado através da conduta de muitos dos gálatas (4:16), percebemos que a menção desta virtude, aqui, é algo bastante apropriado. Contudo, em última análise não era tanto para com o próprio Paulo que havia falta de lealdade, e, sim, para com o evangelho — e, assim, para com Desu e sua Palavra —, e tinha estado faltando em proporção elevada, como fica evidenciado por 1:6-9; 3:1; 5:7. Conseqüentemente, com toda probabilidade o que Paulo está recomendando aqui, como um fruto do Espírito, é a fidelidade a Deus e à sua vontade. Contudo, isto não exclui, antes inclui, a lealdade para com os homens. Parece-nos apropriado interpretar aqui o próximo item, ou seja, a mansidão, como sendo a gentileza uns para com os outros e para com todos os homens, principalmente se levarmos em consideração o contexto precedente, o qual fala das dissensões em suas várias manifestações (ver vv. 20 e 21). Cf. 1 Coríntios 4:21. Esta virtude também nos faz lembrar de Cristo (Mateus 11:29; e 2 Coríntios 10:1). A mansidão é o oposto extremo da veemência, da violência e da agressividade ou explosões de ira. A última virtude que Paulo menciona, e por implicação recomenda, é o domínio próprio, que é uma relação que alguém mantém consigo mesmo. A pessoa que tem a bênção de possuir esta qualidade, possui “o poder de conter-se a si mesma”, que é o sentido do termo usado no original. O fato de terem sido mencionadas previamente, entre os vícios enumerados (v. 19), a imoralidade, a impureza e a indecência, revela que era apropriado mencionar o domínio próprio como a virtude oposta. Fica claro que aqui temos referência a muito mais coisas que simplesmente a sexo. Aqueles que realmente exercem esta virtude levam todo o pensamento à submissão e obediência a Cristo (2 Coríntios 10:5).

E prossegue: contra tais coisas não existe lei. Uma vez que Paulo aqui completou uma lista de virtudes, que são coisas, não pessoas, é natural interpretar suas palavras como significando: “contra tais coisas — tais virtudes — não existe lei”. A gramática não proíbe tal construção. Também é óbvio que, à semelhança dos vícios enumerados, esta lista de virtude é apenas representativa. Não podemos mesmo afirmar que todas as excelências cristãs estão incluídas na lista. Portanto, Paulo diz: “contra tais... Ao dizer que contra tais coisas não existe lei, ele está encorajando a cada crente a manifestar estas qualidades, a fim de que, assim procedendo, os vícios possam ser aniquilados”.

O incentivo de que precisamos para exibir estes excelentes traços do caráter foi fornecido por Cristo, pois é devido à gratidão que os crentes sentem para com Cristo que os usam para adornar sua conduta. O exemplo, também, em conexão com todos eles, foi dado por ele. E as próprias virtudes, associadas ao poder para exercê-las, são doadas pelo seu Espírito.

Embora Paulo tenha qualificado as virtudes enumeradas de “o fruto do Espírito”, agora ele desvia a ênfase do Espírito para Cristo. Se ele pôde fazer isso tão prontamente, é devido ao fato de que quando o Espírito ocupa o coração, Cristo também o faz (Efésios 3:16,17). Cristo e o Espírito não podem ser separados entre si. Cristo mesmo habita a vida interior dos crentes “no Espírito” (Romanos 8:9,10). O Espírito não foi dado por Cristo? (João 15:26; 2 Coríntios 3:17). A razão para esta mudança de ênfase é que o apóstolo lembrará os gálatas de que eles crucificaram a carne. Isso, naturalmente, chama a atenção imediatamente para Cristo e sua cruz. E assim Paulo prossegue [...]

A Coletânea de Jonathan Edwards: Como Pode Deus Decretar o Pecado Sem Pecar?


Jonathan Edwards oferece sua explicação (Veja abaixo minha tentativa de reafirmá-lo.)

É muito consistente quando dizemos que Deus decretou cada ação do homem, sim, cada ação que ele toma que é pecaminosa e cada circunstância dessas ações.. . . e ainda assim, que Deus não decreta as ações que são pecaminosas como pecaminosas, mas [as] decreta como boas.

Não queremos dizer que decretar uma ação pecaminosa, seja o mesmo que decretar uma ação para que ela seja pecaminosa; mas ao decretar uma ação pecaminosa, quero dizer decretá-la em razão da pecaminosidade da ação. Deus decreta que será pecaminosa em razão do bem que ele faz surgir de tal pecaminosidade, enquanto que o homem a decreta pelo mal que há nela. (Coletânea nº85, parágrafo adicionado)



Em outras palavras, Deus pode decretar uma ação que é pecaminosa para um humano executar, porque ele a decreta por razões não-pecaminosas.

Um pecado só é pecaminoso por causa da atitude do coração que o executa. Quando humanos pecam, estamos por definição nos rebelando contra Deus. Mas ao ordenar o pecado humano, Deus não se rebela contra si mesmo. Pelo contrário, ele ordena nossos pecados com bons fins em mente, o que faz do ato de ordená-los não-pecaminoso, uma vez que a atitude de seu coração não é rebelde, mas justa.

Algumas expressões bíblicas que parecem sustentar este entendimento são Gênesis 50:20 e Romanos 11:32.


Por Jonathan Edwards. Original: edwards.yale.edu
Tradução: voltemosaoevangelho.com
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que adicione as informações supracitadas, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.

Fonte: [Voltemos ao Evangelho]

Explodindo o mito da segurança - J. Piper


Arriscar é certo - melhor perder a vida do que jogá-la fora

Se nossa única e abrangente paixão é magnificar a Cristo na vida e na morte, e se a vida que mais o engrandece é a vida de amor que nos custa caro, então a vida é risco, e arriscar é certo. Correr disso é jogar fora a vida.
O que é risco?

Eu defino risco muito simplesmente como sendo uma ação que o expõe à possibilidade de perda ou dano. Se você arriscar, pode perder dinheiro, pode perder prestígio, pode perder sua saúde ou mesmo sua vida. E, o que é pior, se arriscar, você poderá pôr em perigo outras pessoas e não só você mesmo. A vida delas pode estar em jogo. Será que uma pessoa sábia e amorosa, então, arriscará algum dia? E sábio expor-se a perdas? É amoroso pôr outros em perigo? Perder a vida é a mesma coisa que jogá-la fora?
Depende. E claro que você pode jogar a vida fora de uma centena de modos pecaminosos e morrer como resultado. Nesse caso, perder a vida e desperdiçá-la dariam na mesma. Mas perder a vida nem sempre é o mesmo que jogá-la fora. E se as circunstâncias são tais que não arriscar resulte em perda e dano? Pode trazer prejuízo não arriscar. E se arriscar com êxito traria grande benefício a muitas pessoas, e, no caso de fracassar, traria dano somente a você? Escolher o sossego ou segurança não demonstra amor quando algo grande pode ser alcançado para a causa de Cristo e pelo bem dos outros.

O risco é um fio que faz parte do tecido de nossa vida  finita
Por que existe algo como arriscar? Porque existe algo como ignorar. Se não houvesse o desconhecimento não haveria risco nenhum. O risco é possível, porque nós desconhecemos como as coisas vão sair no fim. Isso quer dizer que Deus não pode arriscar.' Ele sabe o resultado de todas as suas opções antes que aconteçam. É isso que significa ser Deus em oposição a todos os deuses das nações (Is 41.23; 42.8,9; 44.6-8; 45.21; 46.8-11; 48.3). E visto que ele conhece o resultado de todas as suas ações antes de acontecerem, ele planeja de acordo com isso. Sua onisciência exclui a própria possibilidade de arriscar.2
Mas não é assim conosco. Nós não somos Deus; nós somos ignorantes. Não sabemos o que há de acontecer amanhã. Deus não nos conta em detalhe o que ele pretende fazer amanhã ou daqui a cinco anos. Evidentemente Deus pretende que vivamos e atuemos em desconhecimento e incerteza sobre o resultado de nossas ações.
Ele nos diz, por exemplo, em Tiago 4.13-15:
Atendei, agora, vós que dizeis: "hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros". Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logose dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: "se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo".
Você não sabe se seu coração vai parar antes de você acabar de ler esta página. Você não sabe se algum motorista vindo em sua direção vai sair da pista de repente e bater de frente com você na próxima semana, ou se a comida do restaurante vai conter algum vírus fatal, se um derrame vai paralisá-lo antes da semana acabar, ou se algum homem vai atirar em você no supermercado. Não somos Deus. Não sabemos do amanhã.
Explodindo o mito da segurança

O risco, portanto, está entretecido em nossa vida finita. Não podemos evitar risco ainda que o queiramos. Desconhecimento e incerteza sobre o dia de amanhã é o próprio ar que respiramos. Todos os nossos planos para as atividades do amanhã podem ser estilhaçados por mil coisas desconhecidas quer fiquemos em casa debaixo das cobertas ou saiamos a andar nas rodovias. Um de meus alvos é destruir os mitos de segurança e de alguma forma livrá-lo do mito de estar seguro. Porque isso é uma miragem. Não existe. Em toda direção, para onde você se voltar, há coisas desconhecidas e coisas além de seu controle.
A trágica hipocrisia é que o encantamento da segurança nos deixa arriscar por nós mesmos todos os dias, mas nos paralisa de arriscar pelos outros na estrada do amor do Calvário. Nós nos iludimos e achamos que isso poria em perigo uma segurança que nem existe de fato. O modo em que eu espero explodir o mito da segurança e desencantá-lo da miragem da segurança é simplesmente ir à Bíblia e mostrar-lhe que é certo arriscar pela causa de Cristo, e assim não desperdiçar sua vida.

Ar

Faça a sua parte — e deixe-a nas mãos de Deus – Lloyd-Jones



Consideremos o caso dos que temem o futuro. . . condição muito comum, e é, de fato, coisa das mais extraordinárias observar como é que o inimigo tantas vezes produz o mesmo tipo fundamental de condição nas mesmas pessoas, mediante estes métodos que parecem ser diametralmente opostos. Quando você endireita a atitude delas, com relação ao passado, imediatamente começam a falar do futuro, resultando que estão sempre deprimidas no presente. Você conseguiu satisfazê-las quanto ao perdão dos pecados; sim, até daquele pecado específico, que achavam tão excepcional . . . E então dizem: «Ah, sim, mas. . .», e se põem a falar de temores concernentes ao futuro e ao que está lá adiante. . . Ora, está bem que pensemos no futuro. . .

Mas as Escrituras constantemente nos exortam a não ficarmos preocupados com o futuro. «Não vos inquieteis com o dia de amanhã», quer dizer: «Não sejais culpados de ansiosa preocupação com o amanhã». Não significa que não devemos pensar nele de modo algum. Caso contrário, o agricultor não usaria o arado e a grade, e nem semearia. Ele o faz olhando para o futuro, mas não passa o tempo todo perguntando e se afligindo quanto aos resultados finais do seu trabalho. Não; ele pensa nisso razoavelmente, e depois o deixa. . . embora esteja muito certo pensar no futuro, é muito errado deixar-se dominar por ele. . . Pensar é certo, mas ser manobrado pelo futuro é total-mente errado.

Pois bem, esse é um postulado fundamental, e o mundo descobriu isso. Ensina-nos que não devemos atravessar pontes antes de chegar nelas. Introduza isso nos seus ensinos cristãos, pois o mundo tem razão nesse ponto. . . muitas afirmativas escriturísticas que tratam do mesmo assunto tornaram-se proverbiais — «não vos inquieteis com o dia de amanhã», «basta ao dia o seu próprio mal» . . . Isso re-vela bom senso. . . Basta-me «um passo de cada vez» . . .não permita que seu futuro hipoteque seu presente, assim como você não deve permitir que seu passado hipoteque seu presente.

Spiritual Depression, p. 94,98,9-

As perguntas erradas e as certas - John Piper

A ética ruinosa de meramente evitar


Uma das marcas dessa mentalidade do tempo da paz é o que chamo de uma ética da evitação. Em tempo de guerra nós fazemos perguntas diferentes sobre o que fazer com a vida do que fazemos em tempo de paz. Perguntamos: que posso fazer para avançar a causa? Que posso fazer para trazer a vitória? Que sacrifício posso fazer ou que risco posso assumir para asse¬gurar a alegria do triunfo? Em tempo de paz nossa tendência é perguntar: que posso fazer para ficar mais confortável? Para me divertir mais? Para evitar problema e, possivelmente, evitar pecado?

Se vamos pagar o preço e aceitar os riscos que custarão para fazer pessoas alegres em Deus, nós vamos além da ética de evitação. Esse modo de vida é totalmente inadequado para despertar as pessoas para a beleza de Cristo. Evitar dificuldades terríveis e comportamentos proibidos não impressiona a quase ninguém. A ética da evitação sozinha não recomenda Cristo nem glorifica Deus. Há muitos incrédulos disciplinados que evitam os mesmos comportamentos que os cristãos evitam. Jesus nos chama para algo muito mais radical do que isso.

As perguntas erradas e as certas

Pessoas que se contentam com a ética de evitar geralmente fazem a pergunta errada sobre comportamento. Elas perguntam: o que há de errado com isso? O que há de errado nesse filme? Ou nessa música? Ou nesse jogo? Ou nesses companheiros? Ou nesse modo de relaxar? Ou nesse investimento? Ou nesse restaurante? Ou em fazer compras nessa loja? O que há de errado em ir à casa de praia todo fim de semana? Ou possuir um lugar para férias? Esse tipo de pergunta raramente vai resultar num estilo de vida que recomenda Cristo como quem satisfaz a tudo e torna as pessoas alegres em Deus. Simplesmente resulta numa lista de coisas para "não fazer". Alimenta a ética da evitação.

As melhores perguntas para fazer sobre comportamentos possíveis são: como isso me ajudará a ter Cristo como tesouro mais precioso? Como isso me ajudará a mostrar que eu tenho Cristo como tesouro? Como me ajudará a conhecer Cristo ou demonstrar Cristo? A Bíblia diz: "Quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus" (ICo 10.31). Então a pergunta é principalmente positiva, não negativa. Como posso retratar Deus como glorioso nessa ação? Como posso me deleitar glorificando-o nesse comportamento?

17 de nov. de 2010

Para engrandecer Cristo como a máxima satisfação – John Piper


Desmamando os cristãos dos seios da autoconfiança

Como Paulo cria que o sofrimento fazia parte da vida do cristão fiel, ele investigou por que isso acontecia. Sua própria experiência de sofrimento introduziu-o profundamente nas formas pelas quais Deus ama seus filhos. Por exemplo, ele aprendeu que Deus usa o sofrimento para nos desmamar da autoconfiança e nos fazer depender exclusivamente dele. Depois de sofrer na Ásia Menor, ele diz: "Não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida. Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós e sim no Deus que ressuscita os mortos (2Co 1.8,9). Este é o propósito universal de Deus para todo sofrimento humano: que as pessoas estejam mais contentes com Deus e menos satisfeitas consigo mesmas e com o mundo.

Jamais ouvi alguém dizer: "As lições verdadeiramente profundas da vida aprendi-as em tempos de tranqüilidade e conforto". Mas ouvi santos fortes dizerem: "Todo avanço importante que já obtive em termos de compreender a profundidade do amor de Deus e de crescer profundamente com ele veio pelo sofrimento". Samuel Rutherford disse que, quando foi lançado nos porões da aflição, lembrou que o grande Rei sempre guardava seu vinho ali. Charles Spurgeon disse que aqueles que mergulham no mar da aflição trazem pérolas raras para cima.

Para engrandecer Cristo como a máxima satisfação

A pérola de maior valor é a glória de Cristo. Por isso Paulo destaca que, em nossos sofrimentos, a glória da graça todo-suficiente de Cristo é exaltada. Se nos apoiarmos nele em meio à calamidade, e ele nos sustentar ao nos "alegrarmos na esperança", então ficará visível que ele é o Deus de graça e força, que nos satisfaz em todos os aspectos. Se nos segurarmos firmes nele

"quando tudo desmorona à nossa volta", então fica evidente que vale mais a pena desejar a ele do que tudo o que perdemos. Cristo disse ao seu apóstolo que sofria: "A minha graça te basta, porque o [meu] poder se aperfeiçoa na fraqueza". Paulo respondeu a isso: "Portanto, eu me sinto mais alegre ainda por estar orgulhoso pelas minhas fraquezas, para assim ter a proteção do poder de Cristo em mim. Alegro-me com essas fraquezas, insultos, necessidades, perseguições e dificuldades por causa de Cristo. Porque, quando estou fraco, aí sim é que sou forte" (2Co 12.9, 10). Portanto, o sofrimento é determinado claramente por Deus não apenas como meio de desmamar os cristãos de si mesmos e fazê-los mamar na graça, mas também de iluminar a graça e fazê-la brilhar. É exatamente isso que faz a fé": ela engrandece a graça futura de Cristo.

As coisas profundas da vida em Deus são descobertas no sofrimento. Assim foi com o próprio Jesus: "Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu" (Hb 5.8). O mesmo livro em que lemos isso também nos diz que Jesus nunca pecou (Hb 4.15). Portanto, "aprender a obediência" não significa mudar da desobediência para a obediência. Significa crescer cada vez mais profundamente com Deus na experiência da obediência. Significa experimentar as profundezas da entrega a Deus que, de outra forma, não seria exigida.

Aprenda a estar Contente - Thomas Watson



“Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Sei estar abatido, e sei também ter abundância. Em todas e quaisquer circunstâncias, aprendi o segredo de estar contente – seja na fartura ou na fome, quer na abundância ou em necessidade.” (Filipenses 4:11-12, versão do autor)

Não importa qual aflição ou tribulação um filho de Deus possa enfrentar – esse é todo o inferno que ele terá! Qualquer que seja o eclipse sobre o seu nome ou bens – é apenas uma pequena nuvem que em breve se dissipará – e então o seu inferno será passado!

A morte começa o inferno do ímpio.

A morte termina o inferno do piedoso.

Pense consigo mesmo: “O que é a minha aflição? É somente um inferno temporário. Na verdade, se todo o meu inferno está aqui na terra – ele é apenas um inferno fácil. O que é o cálice da aflição, quando comparado com o da condenação?”

Lázaro não conseguia nem migalhas de pão; estava tão doente que os cães tinham piedade dele; e como se fossem seus médicos, lambiam suas feridas. Mas esse foi um inferno fácil – os anjos logo tiraram Lázaro dali!

Se todo o nosso inferno está nesta vida – e no meio desse inferno, temos o amor de Deus – então não é mais inferno, mas paraíso! Se todo o nosso inferno está aqui sobre a terra, podemos ver o fim dele; ele toca apenas a nossa pele, mas não pode tocar a alma. É um inferno de curta duração. Após uma sombria noite de aflição, surge a brilhante manhã de glória!

Visto que nossas vidas são curtas, nossas tribulações não podem ser longas!

Assim como nossas riquezas tomam asas e voam, assim se dá com os nossos sofrimentos!

Aprendamos então, a estarmos contentes, em toda e qualquer situação.

Fonte: [Ortopraxia]
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