A palavra santificar nas Escrituras vem de palavras gregas e hebraicas que significam "separar". Ser santificado é ser separado do pecado. Na conversão, todos os crentes são libertos da escravidão do pecado, libertos do cativeiro do pecado — separados para Deus, ou santificados. No entanto, nesse momento, o processo de separação do pecado apenas teve seu início. ( Conforme crescemos em Cristo, nos tornamos mais separados do pecado e mais consagrados a Deus. Assim, a santificação que ocorre na conversão apenas inicia um processo, que dura toda a vida, pelo qual somos separados mais e mais do pecado e moldados em conformidade com Cristo — separados do pecado e separados para Deus.
Cristãos no processo de amadurecimento nunca transformam-se em pessoas que se autojustificam, presunçosas ou satisfeitas com seu progresso. Não buscam a auto-estima, mas em vez disso procuram trabalhar com seu pecado. E quanto mais nos tornamos semelhantes a Cristo, mais sensíveis ficamos aos vestígios corruptos da carne. Quando amadurecemos na santidade, nosso pecado se torna mais doloroso e mais óbvio a nós mesmos. Quanto mais rejeitamos nosso pecado, mais percebemos as tendências pecaminosas que ainda precisam ser abandonadas. Este é o paradoxo da santificação: quanto mais santos nos tornamos, mais frustrados ficamos pelos restos resistentes do nosso pecado. O apóstolo Paulo descreve nitidamente sua própria angústia sobre esta realidade em Romanos 7. 21-24:
Então, ao querer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra iei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
Romanos 7 apresenta muitos desafios difíceis aos intérpretes da Bíblia, mas certamente a questão mais difícil de todas é como é que Paulo pôde dizer essas coisas após ter escrito no capítulo 6: " Foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem morreu está justificado do pecado" (Rm 6.6,7).
Essas são verdades vitais para o cristão entender. Elas detêm a fórmula para um andar espiritual saudável e dão um discernimento prático de como deveríamos batalhar contra o pecado em nossa vida.A fim de entendê-las melhor devemos voltar a Romanos 6. De acordo com o Dr. Warfield, Romanos 6 "foi escrito com o único propósito de afirmar e demonstrar que justificação e santificação estão indissoluvelmente ligadas". Ou, na imaginação de Paulo, o morrer com Cristo (justificação) e o viver com Cristo (santificação) são ambos resultados necessários da verdadeira fé. Aqueles que acham que a graça trata a santidade como opcional estão tragicamente enganados. Aqueles que acham que experimentaram toda a santificação que precisavam estão igualmente iludidos. Aqueles que acham que a auto-estima é mais importante que a santidade estão cegos para verdade. Se conhecêssemos os princípios de Deus para trabalhar com o pecado, deveríamos compreender que isso é uma luta de vida e morte, até o final. Contentar-se com bons sentimentos a respeito de si mesmo é contentar-se com o pecado.
Fonte: [ Ortopraxia]
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